A taxa de desemprego na Faixa de Gaza sitiada atingiu 79.1% desde a deflagração do genocídio israelense contra o enclave, em outubro, alertou a Organização Internacional do Trabalho (OIT), agência das Nações Unidas em análise divulgada nesta sexta-feira (7).
As informações são da agência de notícias Al Jazeera.
Na Cisjordânia, vitimada por pogroms contra cidades e aldeias palestinas e campanhas de prisão em massa, o desemprego chegou a quase 32%, elevando a média total nos territórios palestinos a 50.8%.
As estimativas, no entanto, excluem aqueles que já deixaram o mercado de trabalho em meio à piora na situação, após 17 anos de cerco militar israelense contra Gaza, que antecedem a guerra em curso há oito meses. O relatório admite subnotificação.
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“Os dados excluem palestinos que desistiram de encontrar um emprego”, reiterou Ruba Jaradat, diretora da OIT par os Estados árabes. “A situação é muito, muito pior”.
Israel mantém ataques indiscriminados a Gaza desde outubro, deixando 36.654 mortos, 83.309 feridos e dois milhões de desabrigados. O enclave foi convertido em ruínas: escolas, hospitais, abrigos, bairros residenciais inteiros e infraestrutura não foram poupados.
A Cisjordânia vive uma escalada colonial, com 530 mortos e 5.200 feridos, além de um índice de presos que se aproxima de dez mil — em maioria, sem julgamento ou sequer acusação; reféns, por definição.
O produto interno bruto (PIB) da Palestina ocupada contraiu quase 33%, em meio à agressão de Israel. Em Gaza — onde metade da população, estimada em 2.4 milhões no total, já vivia abaixo da linha da pobreza —, o PIB desabou vertiginosamente em 83.5%.
Na Cisjordânia, o PIB caiu 22.7%, reportou a OIT.
“Imagine com este nível altíssimo de desemprego, pessoas incapazes de conseguir comida para si e suas famílias”, comentou Jaradat. “Isso também tem um impacto em sua saúde … Mesmo se tivessem dinheiro, não haveria hospital para acomodar tamanha catástrofe”.