Cindy McCain, diretora executiva do Programa Alimentar Mundial (PAM), agência especializada da Organização das Nações Unidas (ONU), confirmou uma “pausa” nas entregas humanitárias a Gaza através do píer provisório instalado pelos Estados Unidos no enclave, após seu uso militar para um ataque ao campo de refugiados de Nuseirat, no sábado (8).
As informações são da agência de notícias Anadolu.
“Adotamos uma pausa porque estamos preocupados com a segurança de nosso pessoal após os incidentes de sábado”, declarou McCain na noite de domingo, em entrevista à rede de televisão CBS News.
O massacre em Nuseirat deixou 270 palestinos mortos. Relatos indicam o uso de caminhões de socorro humanitário para permitir a infiltração dos soldados israelenses entre a população civil, após aportarem em Gaza através do píer americano.
Ao notar que dois de seus armazéns foram atingidos por foguetes durante a ofensiva israelense, insistiu McCain: “Recuamos apenas por ora, para garantir que estejamos seguros em campo, até retomarmos nossas ações. O restante do país, no entanto, continua operacional”.
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McCain alegou fazer “todo o possível” nas áreas sul e norte, tomadas pela fome.
Em 7 de junho, após semanas de supostas falhas, o Comando Central dos Estados Unidos alegou restabelecer seu píer provisório em Gaza, estabelecido pelo presidente Joe Biden sob veemente pressão interna em plena campanha eleitoral.
O anúncio foi feito em março, mas o píer flutuante só passou a operar em 17 de maio.
Israel mantém ataques a Gaza desde 7 de outubro, apesar de uma resolução por cessar-fogo do Conselho de Segurança e medidas cautelares do Tribunal Internacional de Justiça (TIJ), sediado em Haia, para evitar o crime de genocídio e permitir a ajuda humanitária.
A campanha israelense deixou 37.100 mortos e 84.700 feridos, sobretudo mulheres e crianças, além de dois milhões de desabrigados. As ações de Israel em Gaza constituem punição coletiva, crime de guerra e genocídio.