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Soldados israelenses em Gaza ostentam má conduta

Comandante dos EUA visitou Israel durante massacre em Nuseirat, admite ocupação

Da esquerda para a direita: Erik Kurilla, chefe do Comando Central dos Estados Unidos (Centcom); Aviv Kohavi, chefe do Estado-maior do exército israelense; e Mark Milley, chefe do Estado-maior conjunto do exército americano, em 15 de setembro de 2022 [Jack Guez/AFP via Getty Images]

O general Erik Kurilla, chefe do Comando Central dos Estados Unidos (Centcom), viajou a Israel no fim de semana, a convite de Herzi Halevi, chefe do Estado-maior do exército sionista, admitiu Tel Aviv nesta terça-feira (11).

A visita coincidiu com um massacre no campo de refugiados de Nuseirat, em Gaza, que resultou em 275 mortos e 689 feridos, realizado no sábado (9), durante operação justificada por suposto resgate de quatro prisioneiros de guerra israelenses em custódia do Hamas.

“Kurilla e Halevi conduziram uma análise operacional da situação, debateram desafios recentes na região e discutiram o fortalecimento da parceria estratégica frente à ameaça do Irã”, afirmou Avichai Adraee, porta-voz do exército israelense, na rede social X (Twitter).

“Ambos também discutiram os desenvolvimentos da guerra contra o Hamas [sic] e dos ataques do Hezbollah a partir do Líbano”, acrescentou.

O informe, no entanto, não deu detalhes sobre a agenda de Kurilla.

LEIA: Israel mata comandante do Hezbollah, grupo libanês reage com bateria de foguetes

Neste entremeio, as Brigadas al-Qassam, braço armado do grupo Hamas, confirmaram a morte de outros três reféns pelas ações de Israel em Nuseirat.

Fontes em campo reportaram que Israel disfarçou seus agentes em um caminhão humanitário para se infiltrar em Nuseirat, área densamente povoada, repleta de palestinos famintos. Indícios apontam ainda para uso militar do píer dos Estados Unidos instalado em Gaza — supostamente para fins assistenciais.

Uma testemunha relatou ver uma insígnia do exército americano.

Washington e Tel Aviv negaram os relatos de colaboração no ataque, apesar de indícios obtidos por reportagem da rede CNN e reconhecimento do Pentágono de que helicópteros militares de Israel sobrevoavam a área “perto” do píer.

Em 7 de junho, após semanas de supostas falhas, o Centcom alegou restabelecer as operações do píer provisório em Gaza, encomendado pelo presidente Joe Biden sob contundente pressão interna em plena campanha eleitoral.

O anúncio foi feito em março, mas o píer flutuante só passou a operar em 17 de maio.

LEIA: ‘Sem alerta, apenas bombas’: Palestinos relatam horrores no campo de Nuseirat

O píer, no entanto, deixou de operar novamente no domingo (9) — um dia depois do massacre —, desta vez, sob alegações de “mau tempo”.

Israel mantém ataques a Gaza desde 7 de outubro, apesar de uma resolução por cessar-fogo do Conselho de Segurança e medidas cautelares do Tribunal Internacional de Justiça (TIJ), sediado em Haia, para evitar o crime de genocídio e permitir a ajuda humanitária.

O governo Biden mantém apoio operacional, militar e diplomático a Israel, apesar dos protestos por cessar-fogo em todo o país.

A campanha israelense deixou 37.100 mortos e 84.700 feridos até então, sobretudo mulheres ecrianças, além de dois milhões de desabrigados.

As ações de Israel em Gaza constituem punição coletiva, crime de guerra e genocídio.

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