Estados Unidos e Israel estão utilizando comida e outros insumos como ferramentas de pressão política contra os civis da Faixa de Gaza, “ao perpetuar a fome e deliberadamente agravar a crise humanitária” que assola o enclave, denunciou nesta segunda-feira (17) o gabinete de imprensa do governo local.
“Desde o começo da guerra genocida em Gaza, a ocupação israelense e o governo dos Estados Unidos recorrem à comida e assistência como trunfo e ferramenta de pressão política contra os 2.4 milhões de civis, sobretudo crianças e doentes, que vivem em duras condições humanitárias e fome generalizada”, declarou o comunicado.
“Trata-se de violação de princípios éticos e humanitários, assim como da lei internacional e uma exploração das carências das crianças e dos civis em geral, ao agravar seu sofrimento e por suas vidas em risco para fins políticos”, acrescentou.
A nota advertiu que as condições em Gaza estão se tornando “mais difíceis e mais desastrosas” a cada dia, com todas as travessias fechadas pelo cerco de Israel.
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O gabinete de imprensa condenou “nos mais firme termos o crime desumano de matar de fome toda uma população, cometidos pela ocupação e pela gestão americana de maneira hedionda e para conquistar seus próprios objetivos políticos”.
O governo em Gaza pediu resposta das cortes internacionais contra os perpetradores e pressão da Organização das Nações Unidas (ONU), países e fóruns para impedir os crimes.
Israel mantém ataques indiscriminados a Gaza desde 7 de outubro, deixando 37 mil mortos e 85 mil feridos, além de dois milhões de desabrigados.
O Estado israelense é réu por genocídio no Tribunal Internacional de Justiça (TIJ), em Haia, e age em desacato de medidas cautelares para permitir o acesso humanitário contínuo e suspender suas operações em Rafah, no extremo sul do enclave.