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Soldados israelenses em Gaza ostentam má conduta

Knesset vota para rotular como ‘terrorista’ agência das Nações Unidas

Palestinos e trabalhadores humanitários examinam tendas destruídas por ataques israelenses a uma escola-abrigo da Agência das Nações Unidas para Assistência aos Refugiados da Palestina (UNRWA), no campo de refugiados de Nuseirat, em Deir al-Balah, na Faixa de Gaza, 15 de julho de 2024 [Abed Rahim Khatib/Agência Anadolu]

O parlamento de Israel (Knesset) votou nesta segunda-feira (22) a aprovação preliminar a um projeto de lei cujo objetivo é criminalizar como “organização terrorista” a Agência das Nações Unidas para Assistência aos Refugiados da Palestina (UNRWA).

As informações são da agência de notícias Reuters.

O voto é o mais recente passo da liderança colonial contra os serviços assistenciais da UNRWA, que atendem até seis milhões de refugiados palestinos em toda a região.

O projeto de lei foi ratificado em sua primeira leitura e retornará agora à Comissão de Defesa e Relações Exteriores para maior deliberação.

A deputada Yulia Malinovsky, autora do texto, nascida na Ucrânia, chegou a descrever a UNRWA como uma “quinta coluna dentro de Israel”.

Tanto Hamas quanto Autoridade Palestina condenaram o voto israelense.

LEIA: ‘Não é exceção’, destaca UNRWA sobre ataque de Israel a comboio humanitário

Hussein al-Sheikh, assessor sênior do presidente palestino Mahmoud Abbas reafirmou apelos à comunidade internacional para resistir ao lobby para dissolver a agência. Seus serviços, alertam os palestinos, são imprescindíveis sobretudo no contexto da crise em Gaza, incluindo fome generalizada.

A UNRWA fornece educação, saúde e assistência aos refugiados em Gaza, Cisjordânia, Jordânia, Líbano e Síria desde 1949.

Conforme Juliette Touma, porta-voz da UNRWA, “trata-se de mais uma tentativa, em meio a uma campanha muito maior, para desmantelar a agência”. “Tais ações são sem precedentes na história das Nações Unidas”, acrescentou.

Em 26 de janeiro — em retaliação ao reconhecimento da “plausibilidade” do genocídio em Gaza pelo Tribunal Internacional de Justiça (TIJ), com sede em Haia —, Israel emitiu acusações de que 12 dos 30 funcionários da UNRWA haviam participado das operações do Hamas em 7 de outubro.

Em resposta, governos aliados, encabeçados por Estados Unidos, cortaram doações à UNRWA. Desde então, entretanto, Israel falhou em provar suas acusações, levando boa parte dos doadores a retomarem os envios.

Na última semana, o Reino Unido, sob nova gestão trabalhista, anunciou que pretende retomar as doações.

Para Israel, a existência da UNRWA equivale à prevalência do problema dos refugiados, a quem o regime ocupante nega o direito de retorno desde a Nakba, ou catástrofe, em 1948, quando 800 mil palestinos foram expulsos de suas terras ancestrais.

A filiação de Israel às Nações Unidas é condicional ao direito de retorno, muito embora desacatado há 76 anos.

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