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Unesco mantém cartões-postais palestinos em lista de patrimônios em risco

25 de julho de 2024, às 14h55

Cidadela de Jerusalém, perto do Portão de Jaffa, na Cidade Velha ocupada, em 28 de outubro de 2020 [Menahem Kahana/AFP via Getty Images]

A 46ª sessão do Comitê de Patrimônio Mundial da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) votou nesta terça-feira (23) por manter uma série de cartões-postais palestinos na Lista de Patrimônio Mundial em Perigo.

O fórum foi realizado em Nova Delhi, na Índia.

Entre as localidades deferidas, estão os muros e a Cidade Velha de Jerusalém, a Cidade Velha de Hebron (Al-Khalil), na Cisjordânia ocupada, e o sítio de Terras da Palestina de Uvas e Oliveiras — paisagem cultural e agrária ao sul de Jerusalém.

O Egito, nesta quarta-feira (24), saudou a decisão, via comunicado de seu Ministério de Relações Exteriores, o qual reiterou seu repúdio às violações israelenses na Cisjordânia e em Jerusalém ocupadas, sobretudo na Cidade Velha de Jerusalém, onde está situada a Mesquita de Al-Aqsa, a fim de mudar seu status quo.

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A pasta no Cairo fez um apelo ao regime em Tel Aviv para suspender suas ações ilegais cujo intuito é alterar o status de Jerusalém Oriental e respeitar os santuários cristãos e islâmicos na cidade, ao aderir devidamente a resoluções internacionais.

A Lista de Patrimônio Mundial em Perigo busca informar o mundo sobre condições que ameaçam as características ou mesmo a existência desses lugares, a fim de ressaltar a importância de ações corretivas em nome da preservação.

Além dos esforços de limpeza étnica, pesquisadores apontam práticas de memoricídio cometidas por Israel contra os palestinos nativos, a fim de apagar sua história e cultura de suas terras ancestrais.

As ações incluem não apenas a destruição de plantações históricas — como oliveiras e uvas —, como também pogroms a cidade e aldeias, e incursões de colonos e soldados supremacistas contra localidades da Palestina histórica.

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