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Soldados israelenses em Gaza ostentam má conduta

OMS envia a Gaza um milhão de vacinas contra poliomielite

Acúmulo dejetos devido à destruição da infraestrutura de saneamento pelos ataques de Israel contra Gaza sitiada, em 21 de julho de 2024 [Dawoud Abo Alkas/Agência Anadolu]

A Organização Mundial da Saúde (OMS) está enviando mais de um milhão de doses de vacina contra a poliomielite à Faixa de Gaza, para serem administradas nas crianças nas próximas semanas, após o vírus ser detectado em amostras de esgoto.

As informações são de notícias Reuters.

Tedros Adhanom Ghebreyesus, diretor-geral da OMS, anunciou a medida em artigo ao jornal britânico The Guardian publicado nesta sexta-feira (26).

“Embora não haja casos de pólio registrados até então, sem ações imediatas, é questão de tempo até que [o vírus] atinja milhares de crianças deixadas desprotegidas”, alertou o oficial de saúde.

“Crianças com menos de cinco anos de idade estão em maior risco, sobretudo crianças abaixo de dois anos, porque não foram vacinadas ao logo dos nove meses de conflito”, acrescentou Ghebreyesus, ao notar a interrupção das campanhas pelo cerco israelense.

“Quase todos em Gaza sofrem com insegurança alimentar aguda e fome catastrófica”, reafirmou o médico. “Milhares de crianças estão desnutridas, tornando-as muito mais suscetíveis à doença”.

Ghebreyesus, porém, reforçou que sem um “cessar-fogo imediato e aceleração do fluxo humanitário, incluindo campanhas de vacinação concentradas nas crianças pequenas, as pessoas continuarão a morrer de doenças e lesões tratáveis e evitáveis”.

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Componentes de poliovírus tipo 2 (cVDPV) foram encontrados em amostras de esgoto coletadas em 23 de junho, nas sub-regiões de Khan Younis e Deir al-Balah, que recebeu um milhão de deslocados de Rafah, no extremo sul, desde maio, quando Israel lançou sua ofensiva por terra contra a cidade fronteiriça.

Não há até então casos de poliomielite sintomática, ou paralisia infantil, mas a deteção do vírus é “extremamente preocupante”, como destacou o porta-voz da OMS, Christian Lindmeier, na última sexta-feira (19).

A presença do vírus coincide com diversas epidemias, para além da fome, que tomam o enclave sob agressão israelense. Segundo a  Iniciativa Global de Erradicação da Pólio, a crise impõe também desafios aos esforços de monitoramento e imunização.

A cobertura de vacinação contra poliomielite nos territórios palestinos é notavelmente alta, com 99% em 2022. A pólio foi erradicada de Gaza há mais de 25 anos; todavia, no fim de 2023, a cobertura palestina caiu a 89%, no contexto da escalada israelense.

No domingo passado (21), o exército israelense confirmou uma campanha de vacinação voluntária contra a poliomielite aos soldados enviados a Gaza; todavia, sem mencionar esforços de contenção voltados aos palestinos carentes.

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Além da pólio, a Organização das Nações Unidas (ONU) reportou aumento nos casos de hepatite A, difteria e gastroenterite devido às condições sanitárias em Gaza, sobretudo devido ao esgoto a céu aberto perto dos campos de refugiados superlotados, em meio aos sucessivos bombardeios de Israel.

Atualmente, apenas 16 dos 36 hospitais de Gaza estão parcialmente operantes, assim como 45 das 105 instalações de saúde primária.

A OMS reconhece alto risco de propagação do poliovírus em Gaza e, por consequência, internacionalmente.

“Embora esforços imediatos para alcançar toda e cada criança com vacinas contra pólio esteja em curso neste instante, somente um cessar-fogo e o livre fluxo humanitário são podem proteger as pessoas e evitar um surto explosivo”, concluiu Ghebreyesus.

Israel mantém ataques indiscriminados contra Gaza desde 7 de outubro, deixando ao menos 39.006 mortos até então e 89.818 feridos, além de dez mil desaparecidos e dois milhões de desabrigados. Entre as fatalidades, 15 mil são crianças.

Hospitais, escolas e abrigos das Nações Unidas não foram poupados.

Israel ignora ainda medidas cautelares do Tribunal Internacional de Justiça (TIJ), onde é réu por genocídio sob denúncia sul-africana, além de resoluções por um cessar-fogo do Conselho de Segurança das Nações Unidas.

As ações israelenses constituem limpeza étnica, punição coletiva e crime de genocídio.

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