A brasileira Beatriz Souza conquistou o ouro olímpico na modalidade acima de 78 kg do judô feminino, nesta sexta-feira (2), em Paris, ao vencer a atleta israelense Raz Hershko — bronze em Tóquio e número 2 do ranking mundial.
Beatriz conquistou um waza-ari para garantir o primeiro ouro do Brasil nas Olimpíadas de Paris, somando-se a três pratas e três bronzes brasileiros até então, incluindo duas vitórias no judô — a prata de William Lima e o bronze de Larissa Pimenta.
São 27 medalhas brasileiras na história da modalidade.
Na semifinal, a brasileira enfrentou a dona da casa e número 1 do mundo, a esportista francesa Romane Dicko.
A decisão contra a israelense trazia bom retrospecto a Beatriz: quatro confrontos, com quatro vitórias. Beatriz dominou o combate, ao derrubar a adversária de lado, com um o-soto-guruma, conquistando um waza-ari.
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É a estreia de Beatriz Souza nas Olimpíadas.
Hershko, reservista do exército israelense, alistada em 2016, chegou a vencer o ouro no Campeonato Europeu de Judô — apesar de o Estado colonial estar assentado em terras ancestrais palestinas no Oriente Médio, mediante limpeza étnica desde 1948.
Em 23 de julho, Thomas Bach — ex-esgrimista alemão e presidente do Comitê Olímpico Internacional (COI) — rejeitou um pedido da Comissão Olímpica da Palestina para banir Israel dos jogos na França devido ao genocídio em Gaza.
A comissão reforçou ainda as condições de apartheid e ocupação militar nos territórios palestinos, consideradas ilegais pelo Tribunal Internacional de Justiça (TIJ), sediado em Haia, conforme decisão recente.
As sanções olímpicas têm jurisprudência recente: competidores da Rússia e Bielorrússia concorrem sob bandeira neutra, devido à invasão militar contra a Ucrânia.
O Comitê Olímpico da Palestina enviou uma carta a Bach, na qual indicou que Israel age em transgressão da tradicional trégua olímpica, que deveria começar em 19 de julho e seguir até os Jogos Paralímpicos em setembro.
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Israel desacata resoluções do Conselho de Segurança das Nações Unidas e medidas do de Haia, onde é réu por genocídio sob denúncia sul-africana deferida em janeiro, para negociar um cessar-fogo e permitir o fluxo humanitário a Gaza.
Desde outubro, as ações israelenses, como punição coletiva, deixaram 39 mil mortos e outros 91 mil feridos, além de dois milhões de desabrigados.