O assassinato do líder político do Hamas, Ismail Hanyah, realizado na quarta-feira 31 de julho em plena Teerã, capital do Irã, teve um impacto relativo na América Latina. Isso porque ocorreu justamente na semana posterior das eleições na Venezuela e as alegações de fraude da oposição de extrema direita apoiada pelo Departamento de Estado e com relação direta com a CIA assim como com a liderança trumpista do Partido Republicano.
Ainda assim, podemos avaliar o impacto do crime cometido pelo Estado Sionista com apoio operacional dos Estados Unidos tanto pelas notas das chancelarias latino-americanas assim como pelas posições dos conglomerados da mídia hegemônica. Neste sentido, a posição do Itamaraty, o Ministério das Relações Exteriores do Brasil foi bastante precisa, considerando a linha de resolução de conflitos e saídas negociadas para os contenciosos internacionais:
“O governo brasileiro condena veementemente o assassinato do chefe do Escritório Político do Hamas, Ismail Haniyeh, ocorrido hoje, 31/7, em Teerã. O Brasil repudia o flagrante desrespeito à soberania e à integridade territorial do Irã, em clara violação aos princípios da Carta das Nações Unidas, e reafirma que atos de violência, sob qualquer motivação, não contribuem para a busca por estabilidade e paz duradouras no Oriente Médio. Tais atos dificultam ainda mais as chances de solução política para o conflito em Gaza, ao impactarem negativamente as conversações que vinham ocorrendo para um cessar-fogo e a libertação dos reféns.
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O Brasil reitera o apelo a todos os atores para que exerçam máxima contenção, de modo a impedir que a região entre em conflito de grandes proporções e consequências imprevisíveis, às custas de vidas civis e inocentes, bem como exorta a comunidade internacional para que envide todos os esforços possíveis com vistas a promover o diálogo e conter o agravamento das hostilidades. O governo brasileiro reitera que, para interromper a grave escalada de tensões no Oriente Médio, é essencial implementar cessar-fogo imediato na Faixa de Gaza, em cumprimento à Resolução 2735 do Conselho de Segurança das Nações Unidas.”
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