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Soldados israelenses em Gaza ostentam má conduta

Assassinato de Haniyeh busca prolongar guerra em Gaza, alerta Abbas

Presidente da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas, durante cerimônia de posse do novo gabinete de governo em Ramallah, na Cisjordânia ocupada, 31 de março de 2024 [Issam Rimawi/Agência Anadolu]

O assassinato de Ismail Haniyeh, chefe político do movimento Hamas, foi realizado com intuito de prolongar o conflito na Faixa de Gaza, disse Mahmoud Abbas, presidente da Autoridade Palestina, em entrevista à imprensa russa publicada nesta terça-feira (5).

As informações são da agência de notícias Anadolu.

“Não há dúvida de que o propósito por trás do assassinato do sr. Haniyeh é prolongar a guerra e expandir seu escopo”, afirmou Abbas. “Certamente terá um impacto negativo nas negociações para dar fim à agressão e retirar as tropas israelenses de Gaza”.

Abbas reforçou apelos para que Israel dê fim a “ações hostis” contra o povo palestino, respeite a lei internacional e implemente a Iniciativa de Paz Árabe, isto é, normalização com vizinhos em troca do reconhecimento de um Estado palestino.

A morte de Haniyeh sucedeu um acordo de reconciliação entre facções nacionais rivais firmado na China, anunciado em 23 de julho. O acordo pareceu aproximar o Fatah, com base na Cisjordânia, do Hamas, em Gaza, como preparativo ao pós-guerra.

Abbas não compareceu ao funeral de Haniyeh realizado em Doha, capital do Catar, mas enviou emissários de seu governo.

LEIA: Abbas enfrenta reações negativas por não ir ao funeral de Haniyeh depois de ir ao de Peres

Tensões regionais escalaram após a morte de Haniyeh em Teerã, em 31 de julho, onde estava para a cerimônia de posse do novo presidente Masoud Pezeshkian. Hamas e Irã culparam Israel, que não comentou o incidente até então.

Israel, no entanto, disparou alerta máximo para uma eventual resposta militar de Teerã e de seu aliado libanês, Hezbollah, que prometeu retaliar um bombardeio a Beirute, no qual faleceu um comandante do grupo.

Israel mantém ataques a Gaza desde outubro, deixando 40 mil mortos e 90 mil feridos até então, além de dois milhões de desabrigados.

Na Cisjordânia, onde está sediada a Autoridade Abbas, Israel intensificou seus pogroms e suas incursões coloniais, com 600 mortos, 5.400 feridos e quase dez mil prisioneiros políticas nas cadeias da ocupação — sobretudo sem julgamento ou acusação.

Em maio, o governo dos Estados Unidos de Joe Biden sugeriu um acordo de cessar-fogo e troca de prisioneiros, realizado em etapas. O Hamas apontou disposição em avançar nas negociações; contudo, sem o aval de Israel.

As negociações são mediadas por Estados Unidos, Catar e Egito. Após o assassinato de Haniyeh, contudo, advertiu Doha: “Como a mediação pode ter sucesso quando um dos lados mata o negociador do outro?”.

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