Israel revogou o status diplomático de oito enviados da Noruega a serviço na Palestina ocupada, segundo informações da agência Al Jazeera.
Trata-se de medida punitiva pelo reconhecimento em maio do Estado da Palestina por Oslo, junto aos governos de Espanha e Irlanda, além do apoio norueguês ao pedido de mandados de prisão contra líderes israelenses por crimes de guerra e lesa-humanidade no Tribunal Penal Internacional (TPI), com sede em Haia.
“Há um preço a ser pago pelo comportamento anti-Israel”, insistiu Israel Katz, ministro de Relações Exteriores do regime ocupante ao emitir seu decreto.
O embaixador da Noruega em Israel, Per Egil Selvaag, foi convocado nesta quinta-feira (8) à chancelaria em Jerusalém ocupada, onde recebeu informe de que seus emissários — todos radicados em Tel Aviv — terão sua licença diplomática rescindido em sete dias e seu visto anulado dentro de três meses.
O ministro de Relações Exteriores da Noruega, Espen Barth Eide, respondeu à medida, ao alertar para consequências nas relações diplomáticas.
“Este é um ato extremo que afeta, sobretudo, nossa capacidade de ajudar a população palestino”, comentou o ministro.
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Em nota oficial, Tel Aviv acusou o governo norueguês de adotar “políticas e declarações unilaterais”, à medida que Oslo se somou às pressões mundiais para cessar o genocídio israelense em Gaza, com 40 mil mortos e 90 mil feridos até então.
Diante da inédita onda de reconhecimento na Europa dos direitos nacionais palestinos, em meio a promessas de outros países de seguirem a deixa, Israel reagiu furiosamente, ao alegar que os três Estados “premiaram o terrorismo”.
O governo israelense retirou ainda seus embaixadores de Oslo, Madrid e Dublin. Além de ordenar o consulado espanhol em Jerusalém ocupada a deixar de oferecer serviços aos cidadãos palestinos, a partir de 1º de junho.
Ainda em maio, o promotor-chefe de Haia, Karim Khan, requereu mandados de prisão ao premiê israelense, Benjamin Netanyahu, e o ministro da Defesa, Yoav Gallant, além de três lideranças do grupo Hamas.
A solicitação deve ser avaliada por um painel de juízes pré-julgamento.
Israel é também réu por genocídio no Tribunal Internacional de Justiça (TIJ), corte-irmã do TPI em Haia, sob denúncia sul-africana deferida em janeiro.
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