O assassinato de Ismail Haniyeh, chefe do gabinete político do grupo palestino Hamas, viola os princípios básicos de diplomacia e a Carta das Nações Unidas, alertou Wang Yi, ministro de Relações Exteriores da China.
Para Wang, o assassinato, atribuído a Israel, “leva apenas a mais escalada” e empurrou toda a região a uma “situação ainda mais perigosa”.
“Ações retaliatórias levam a um ciclo vicioso, no qual violência gera violência”, declarou o chanceler.
Haniyeh foi assassinado em 31 de julho, em Teerã, onde estava como convidado para a posse do presidente Masoud Pezeshkian. O incidente ocorreu horas após um ataque de Israel a Beirute, no Líbano, matar um comandante do Hezbollah.
A sequência de atentados no exterior, no contexto do genocídio israelense na Faixa de Gaza, alimentou apreensões de propagação da guerra em escala regional.
Na terça-feira (6), o Hamas nomeou o chefe do grupo em Gaza, Yahya Sinwar, como seu novo líder político, indicando uma mudança de postura após a execução sumária de um representante considerado moderado, que buscava conduzir negociações.
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Wang reiterou que Pequim “opõe-se e condena firmemente o assassinato, que infringe as normas básicas de relações internacionais e a soberania do Irã, além de prejudicar o processo de negociação por um cessar-fogo em Gaza”.
“A chave para evitar maior degradação e escalada é firmar um cessar-fogo permanente e abrangente em Gaza o mais breve possível”, enfatizou Wang.
Para o ministro, o assassinato “prejudica gravemente os esforços para promover a paz e torna cada vez mais inalcançável um cessar-fogo negociado em Gaza”.
Sobre os posicionamentos ocidentais a favor de Israel, reiterou Wang: “Não deve haver dois pesos e duas medidas no que diz respeito a Gaza”.
Israel mantém ataques indiscriminados ao enclave palestino, como punição coletiva, há dez meses, com 40 mil mortos e 90 mil feridos até então. As ações israelenses em Gaza são crime de guerra e genocídio.