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Soldados israelenses em Gaza ostentam má conduta

Israel volta a deslocar 75 mil pessoas no sul de Gaza, alerta ONU

Palestinos são forçados a novo deslocamento sob ameaças de Israel em Khan Younis, Gaza, em 11 de agosto de 2024 [Doaa Albaz/Agência Anadolu]

Mais de 75 mil pessoas foram deslocadas à força por ataques de Israel ao sudoeste de Gaza apenas nos últimos dias, alertou neste domingo (11) a Agência das Nações Unidas para Assistência aos Refugiados da Palestina (UNRWA).

As informações são da agência Anadolu.

“Ao longo das décadas, civis palestinos foram pegos por guerras vezes demais”, afirmou Philippe Lazzarini, comissário-geral da UNRWA, na rede social X (Twitter). “Apenas nos últimos dias, mais de 75 mil foram deslocadas à força no sul de Gaza”, acrescentou.

Lazzarini observou que as autoridades da ocupação israelense emitiram novas ordens durante a madrugada para que mais civis fujam “uma e outra vez”.

Segundo seu relato, “alguns dos palestinos em fuga conseguem carregar nada senão as suas crianças em seus braços; alguns carregam toda sua vida em uma pequena sacola”.

“Vão então a abrigos superlotados, já sobrecarregados de famílias”, lamentou Lazzarini. “Perderam tudo e precisam de tudo de novo … Diferente de outras guerras, as pessoas de Gaza estão presas no enclave e não têm para onde ir”.

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O exército israelense disseminou panfletos com ameaças na noite de sábado e manhã de domingo, para que residentes e refugiados deixassem suas tendas em direção a uma suposta “zona segura” no extremo sul de Khan Younis.

Trata-se da terceira vez em uma semana que Israel expande suas ordens de evacuação em Khan Younis, onde realiza uma nova incursão militar por terra desde sexta-feira (9), apesar de apelos por cessar-fogo no dia anterior, dos Estados mediadores na guerra — Estados Unidos, Egito e Catar.

Israel age em desacato de uma resolução do Conselho de Segurança das Nações Unidas para negociações, além de ordens cautelares do Tribunal Internacional de Justiça (TIJ), sediado em Haia, para desescalada e fluxo humanitário contínuo.

O TIJ aceitou em 26 de janeiro a denúncia sul-africana de que Israel comete genocídio na Faixa de Gaza, onde deixou 40 mil mortos e 90 mil feridos em dez meses. O enclave está em ruínas — escolas, hospitais e abrigos não foram poupados.

Israel mantém ainda, desde o início de maio, uma ofensiva contra Rafah — também em desacato a Haia —, cidade fronteiriça com o Egito, no extremo sul de Gaza, que abriga um milhão de refugiados.

Analistas apontam que o objetivo militar de Israel e expulsar os palestinos de Gaza para a região árida do Sinai, no Egito, para reocupar ilegalmente Gaza. As ações constituem crime de guerra, transferência compulsória e limpeza étnica.

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