Os apelos da França, Alemanha e Grã-Bretanha para que o Irã exerça comedimento no que se refere a Israel “carecem de lógica política e contradizem os princípios do direito internacional”, contrapôs nesta terça-feira (13) o Ministério de Relações Exteriores em Teerã, segundo informações da agência de notícias Reuters.
Os três países europeus emitiram na segunda (12) um comunicado conjunto para pedir ao Irã e seus aliados que evitem responder a Israel, no contexto do genocídio em Gaza, após o assassinato de Ismail Haniyeh, líder político do Hamas, em Teerã.
O apelo europeu foi assinado pelo presidente da França, Emmanuel Macron, o premiê do Reino Unido, Keir Starmer, e o chanceler da Alemanha, Olaf Scholz.
Tensões, entretanto, permanecem altas, à medida que os três países, junto dos Estados Unidos, mantêm envios de armamentos a Israel.
Haniyeh foi morto em 31 de julho na capital iraniana, onde estava para a posse do novo presidente Masoud Pezeshkian. O exército israelense se nega a comentar o caso, muito embora o atentado lhe seja atribuído.
LEIA: Israel conduz a região a uma catástrofe sangrenta
Menos de 24 horas antes, Israel atacou também a cidade de Beirute, capital do Líbano, onde matou um comandante do grupo Hezbollah, alinhado ao Irã.
“Sem qualquer objeção aos crimes do regime sionista, a declaração dos três Estados da Europa ordena, de maneira imprudente, que o Irã não responda a uma violação de sua soberania e integridade territorial”, declarou Nasser Kanaani, porta-voz da chancelaria.
Segundo Kanaani, o novo governo iraniano — sob o moderado Pezeshkian — mantém-se comprometido em dissuadir Israel de sua escalada.
Neste sentido, Kanaani instou Paris, Berlim e Londres a “mostrar, de uma vez por todas, oposição à guerra em Gaza e às ações inflamatórias de Israel”.
“A inação do Conselho de Segurança das Nações Unidas e o apoio político e militar dos governos ocidentais a Israel são os principais fatores por trás da expansão da crise em Gaza”, advertiu Kanaani.
Israel mantém ataques indiscriminados contra a Faixa de Gaza desde outubro, além de uma troca de disparos com o Hezbollah na fronteira com o Líbano.
O regime ocupante age em desacato de uma resolução do Conselho de Segurança das Nações Unidas para negociar um cessar-fogo, além de medidas cautelares do Tribunal Internacional de Justiça (TIJ), em Haia, para permitir o fluxo humanitário e evitar ações de natureza genocida.
A campanha israelense contra a Faixa de Gaza deixou ao menos 40 mil mortos e 90 mil feridos até então, além de dois milhões de desabrigados. Entre as fatalidades, cerca de 15 mil são crianças.
LEIA: 3 mensagens transmitidas ao mundo com a escolha de Sinwar para suceder Haniyeh