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Soldados israelenses em Gaza ostentam má conduta

Israel ataca veículo do PAM, força agência a suspender movimentação de pessoal

Palestinos deslocados pelos bombardeios israelenses recebem assistência alimentar no campo de refugiados de Jabalia, no norte de Gaza, em 26 de agosto de 2024 [Mahmoud Issa/Agência Anadolu]

O Programa Alimentar Mundial (PAM) — iniciativa das Nações Unidas — confirmou na quarta-feira (28) suspender a movimentação de suas equipes na Faixa de Gaza após um de seus veículos ser alvejado por disparos israelenses em um checkpoint.

O veículo voltava de uma missão humanitária quando foi baleado ao menos dez vezes, apesar de ostentar o logotipo das Nações Unidas e ter coordenado previamente a rota com as autoridades ocupantes.

O incidente ocorreu em um posto israelense instalado perto da ponte de Wadi Gaza — que separa o sul do norte do enclave.

“Trata-se do mais recente caso, absolutamente inaceitável, de uma série de incidentes de segurança descabidos, que põem em risco à vida dos trabalhadores do PAM na Faixa de Gaza”, comentou Cindy McCain, diretora da agência, em comunicado.

LEIA: A guerra de Israel contra os trabalhadores humanitários em Gaza

McCain enfatizou que o atual mecanismo de controle é ineficaz, ao reivindicar de Israel que garanta a devida segurança das equipes humanitárias.

“Este não é o primeiro incidente a ocorrer durante a guerra em curso, mas é a primeira vez que um veículo do PAM é alvejado diretamente, embora possuísse as autorizações de segurança requeridas pelo protocolo padrão”, acrescentou a nota.

O comunicado confirmou que os passageiros não foram feridos, porém advertiu para a redução crescente do espaço humanitário em Gaza, à medida que a violência continua a impactar serviços que salvam vidas.

Durante coletiva de imprensa, Stephane Dujarric, porta-voz da ONU, notou que o caso “ressalta que os sistemas de coordenação em voga não estão funcionando”.

Dujarric denunciou ainda “retórica direta” de líderes de Israel contra as Nações Unidas e suas agências, ao reiterar que “palavras têm consequências”.

O PAM é uma das agências responsáveis pelo transporte e distribuição de alimentos à população de Gaza, submetida a uma epidemia de fome sob rigoroso cerco israelense, sem insumos básicos, energia elétrica ou medicamentos.

Multidões buscam assistência alimentar no norte de Gaza, sob genocídio de Israel

Israel mantém ataques indiscriminados a Gaza desde outubro, deixando 40 mil mortos, 90 mil feridos e dois milhões de desabrigados. Para além das 16.400 vítimas diretas dos bombardeios, dezenas de crianças morreram de fome nos últimos dez meses.

Hospitais, escolas e abrigos das Nações Unidas não foram poupados.

Israel ignora medidas cautelares do Tribunal Internacional de Justiça (TIJ), sediado em Haia, onde é réu por genocídio sob denúncia sul-africana deferida em janeiro, além de resoluções por cessar-fogo do Conselho de Segurança.

ASSISTA: A Grande Fome: Como Israel está matando Gaza 

 

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