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Soldados israelenses em Gaza ostentam má conduta

OMS anuncia ‘pausas localizadas’ para vacinação contra pólio em Gaza

Abdul Rahman Abu al-Jidyen, de 11 meses de idade, primeira vítima da poliomielite na Faixa de Gaza em 25 anos, junto de sua família, em Deir al-Balah, no centro do enclave, em 27 de agosto de 2024 [Hassan Jedi/Agência Anadolu]

A Organização Mundial da Saúde (OMS) anunciou nesta quinta-feira um “compromisso preliminar para pausas humanitárias em áreas específicas” na Faixa de Gaza, durante a campanha de vacinação contra a poliomielite com início em 1º de setembro.

As informações são da agência de notícias Anadolu.

“É crítico que alcancemos agora 90% de cobertura vacinal”, comentou Rik Peeperkorn, representante da OMS nos territórios palestinos ocupados.

Em coletiva de imprensa realizada por videoconferência, de Gaza, Peeperkorn reiterou que a campanha será conduzida em etapas, em caráter de urgência, a fim de impedir a disseminação da doença, após um primeiro diagnóstico em 25 anos.

Peeperkorn instou as partes em conflito a permitir que crianças e suas famílias tenham acesso seguro aos centros de saúde e aos postos comunitários, durante a trégua, a fim de que a imunização contra a pólio seja devidamente realizada.

De acordo com Peeperkorn, a Coordenação do Governo para Atividades nos Territórios [Ocupados] (Cogat), agência de gestão humanitária do exército da ocupação israelense, concordou com uma pausa de três dias no centro de Gaza, três dias na região sul e três dias na região norte.

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Peeperkorn destacou esperar extensão de um dia para cada etapa caso necessário.

O grupo palestino Hamas, que administra Gaza, confirmou consentir com a trégua.

Em 16 de agosto, o Ministério da Saúde de Gaza confirmou o primeiro caso de pólio no território palestino em 25 anos, na cidade de Deir al-Balah, diagnosticado em um bebê de então dez meses de idade, não vacinado devido ao cerco.

A doença afeta sobretudo crianças com menos de cinco meses, levando a paralisia dos membros, sequelas e mesmo óbito por parada respiratória.

Em julho, a OMS manifestou “preocupação extrema” sobre um surto epidêmico depois de encontrar componentes de poliovírus tipo 2 (cVDPV) em amostras de esgoto de Deir al-Balah e Khan Younis.

Em seguida, anunciou o envio de 1.6 milhão de vacinas a Gaza, mas reiterou temer sua obstrução pelas forças de Israel. Especialistas advertem que um surto de pólio em Gaza ameaça toda a região, inclusive Israel.

A cobertura de vacinação contra poliomielite nos territórios palestinos é notavelmente alta, com 99% em 2022 — porém, registrou queda a 89% no final de 2023, no contexto da escalada israelense.

Casos de hepatite A, difteria e gastroenterite também atingem a população, devido às condições sanitárias em Gaza, em particular, esgoto a céu aberto próximo aos campos de refugiados superlotados, sob sucessivos bombardeios de Israel.

Atualmente, apenas 16 dos 36 hospitais de Gaza estão parcialmente operantes, assim como 45 das 105 instalações de saúde primária.

Os ataques indiscriminados de Israel a Gaza deixaram ao menos 40 mil mortos, 90 mil feridos e dois milhões de desabrigados. Entre as fatalidades, 16.400 mil são crianças.

LEIA: Uma criança é morta a cada 10 minutos em Gaza

Israel age em desacato de medidas cautelares do Tribunal Internacional de Justiça (TIJ), sediado em Haia, onde é réu por genocídio sob denúncia deferida em janeiro, além de resoluções por um cessar-fogo do Conselho de Segurança das Nações Unidas.

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