Portuguese / English

Middle East Near You

Soldados israelenses em Gaza ostentam má conduta

FIFA volta a adiar decisão sobre suspensão de Israel

Logotipo da FIFA, em 1º de dezembro de 2022, em Doha, Catar [Catherine Ivill/Getty Images]

A Federação Internacional de Futebol (FIFA) adiou novamente uma deliberação, a pedido da Associação de Futebol da Palestina, para suspender a seleção de Israel dos torneios e eventos internacionais devido à campanha genocida em Gaza.

“A FIFA recebeu uma análise legal, independente, sobre as proposituras da Associação de Futebol da Palestina contra a Associação de Futebol de Israel”, declarou a associação na rede social X (Twitter). “A análise será enviada ao Conselho da FIFA para revisão, para que a matéria seja discutida no próximo encontro, que ocorrerá em outubro”.

“A FIFA gostaria de agradecer ambas as associações filiadas por seu apoio e colaboração em curso”, acrescentou.

A federação palestina busca a suspensão de Israel de eventos esportivos ao menos desde maio, quando a FIFA abriu um requerimento urgente para análise legal, sob promessas de deliberação até julho, em um encontro extraordinário do Conselho.

No entanto, às vésperas das Olímpiadas de Paris, a FIFA adiou a decisão até 31 de agosto, ao permitir, na prática, que a seleção israelense competisse na fase de grupos do torneio de futebol masculino do evento.

A FIFA não divulgou detalhes sobre a avaliação ou a data específica do encontro.

Em maio, durante o 74º Congresso da FIFA em Bangkok, Jibril Rajoub, presidente do órgão desportivo palestino, pediu “sanções apropriadas” contra todas as equipes israelenses —incluindo clubes e a seleção nacional.

LEIA: Por que Israel deveria estar fora das Olimpíadas de Paris

Israel costuma disputar torneios e classificatórias pela União das Associações Europeias de Futebol (UEFA), embora seja localizado no continente asiático.

A Confederação de Futebol Asiática (AFC) declarou apoio à solicitação palestina.

No Brasil, coletivos pró-Palestina — como Frente Palestina São Paulo, Juventude Sanaúd, BDS Brasil, entre outros — lançaram uma campanha para que a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) e a Confederação Sul-americana de Futebol (Conmebol) se somem às denúncias.

A eventual suspensão de Israel na FIFA tem precedente.

Em 1961, a entidade esportiva baniu a África do Sul devido ao apartheid; em 1992, foi a vez da Iugoslávia, sob gestão sérvia, devido às violações nos Balcãs, após a emissão de sanções da Organização das Nações Unidas (ONU).

Em 2022, a FIFA e a UEFA agiram rapidamente para suspender a Rússia por sua invasão militar contra a Ucrânia.

A campanha de boicote ao apartheid israelense transcende a FIFA a outras federações esportivas — incluindo o Comitê Olímpico Internacional (COI).

Israel ignora medidas cautelares do Tribunal Internacional de Justiça (TIJ) e resoluções de cessar-fogo do Conselho de Segurança das Nações Unidas ao manter suas operações indiscriminadas contra Gaza desde 7 de outubro.

O Estado israelense é réu por genocídio no tribunal em Haia, sob denúncia sul-africana, deferida em janeiro. Entre as medidas desacatadas, está a suspensão de sua campanha em Rafah, no extremo sul de Gaza, que abriga hoje até 1.5 milhão de palestinos.

Em Gaza, a campanha israelense — punição coletiva — deixou ao menos 40.700 mortos e 94 mil feridos até então, além de dois milhões de desabrigados. O enclave está em ruínas, sem água, comida, energia elétrica ou medicamentos.

Entre os mortos, estão ao menos 410 atletas, incluindo 297 jogadores de futebol.

Categorias
FIFAIsraelNotíciaOrganizações InternacionaisOriente MédioPalestina
Show Comments
Palestina: quatro mil anos de história
Show Comments