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Soldados israelenses em Gaza ostentam má conduta

Israel se recusa a negociar acordo, alerta representante político do Hamas

Protesto por cessar-fogo em Gaza, em Jerusalém ocupada, em 31 de maio de 2024 [Saeed Qaq/Anadolu via Getty Images]

Khalil al-Hayya, membro do gabinete político do grupo palestino Hamas responsável pela pauta das negociações, reiterou que não há “negociações de verdade” em curso para um cessar-fogo em Gaza ou troca de prisioneiros com Israel.

Al-Hayya enfatizou que seu movimento está pronto para firmar um acordo, caso o Estado israelense, sob o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, também o queira.

Conforme al-Hayya, em conversa com a Al Jazeera, o Hamas insiste na retirada completa das forças israelenses da Faixa de Gaza, incluindo os corredores da Filadélfia, na fronteira com o Egito, e Netzarim, que divide norte e sul do enclave.

“Netanyahu disse claramente que não haverá retirada de Netzarim e Filadélfia e tenho de dizer, tão claramente quanto, que sem uma saída completa de Gaza não pode haver um acordo”, reafirmou al-Hayya.

Para o político do Hamas, Netanyahu quer continuar a guerra e busca sabotar ativamente um cessar-fogo. “Isso é porque um acordo tem um preço — e é um preço que ele não quer pagar”, acrescentou o alerta.

LEIA: “Netanyahu não quer cessar-fogo pois sabe que amanheceria na prisão” – Entrevista com Basem Naim, dirigente do Hamas

Al-Hayya denunciou as novas condições impostas por Netanyahu, ao destacar o aumento no número de exilados, entre prisioneiros políticos sob pena perpétua, uma vez libertados — de 50 a 150 palestinos.

Em uma proposta ainda mais recente, Netanyahu estabeleceu que nenhum preso político sob pena perpétua seria solto, mesmo doentes ou idosos.

“Em cada cláusula, Netanyahu impõe mais uma condição, que vai contra a proposta que ele mesmo pôs anteriormente”, explicou al-Hayya. “A menos que sejam soltos os presos palestinos, que a guerra pare e que a ocupação se retire, sobretudo de Filadélfia, não tem como haver acordo”.

Questionado sobre os seis prisioneiros de guerra israelenses em custódia em Gaza, cujos corpos foram supostamente resgatados na última semana, o porta-voz do Hamas voltou a culpar os ataques indiscriminados de Israel e sua negativa em avançar em um acordo.

“Os seis prisioneiros e outros poderiam ter sido libertados a suas famílias, como parte de um acordo de troca de prisioneiros, ainda vivos, mas a obstinação do exército ocupante e de seu governo extremista é a razão pela qual essas pessoas perderam as vidas, junto de dezenas mortos diretamente pelos bombardeios de Israel”, relatou al-Hayya.

Segundo o oficial, alguns dos reféns chegaram a ser mortos por “disparos diretos” de seus concidadãos. Para al-Hayya, Tel Aviv não se importa com o destino dos prisioneiros, como se confirma por alegações de Netanyahu de que o eixo da Filadélfia é prioridade.

LEIA: Hamas culpa bombardeios de Israel por morte de seis reféns em Gaza

Cidades israelenses vivenciaram protestos de massa por uma troca de prisioneiros com o Hamas, após o suposto resgate. O maior sindicato de Israel convocou uma greve geral, ao intensificar a pressão doméstica sobre Netanyahu.

Israel vive também uma crise de relações públicas e diplomacia sem precedentes, devido ao genocídio em Gaza, com 40 mil mortos, 94 mil feridos e dois milhões de desabrigados desde 7 de outubro, em retaliação e punição coletiva a uma operação transfronteiriça do Hamas que capturou colonos e soldados.

O Estado israelense é réu por genocídio no Tribunal Internacional de Justiça (TIJ), sediado em Haia, sob denúncia sul-africana deferida em janeiro.

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