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Soldados israelenses em Gaza ostentam má conduta

Agências humanitárias se unem por acesso a Gaza e embargo a Israel

Vias de acesso humanitário obstruídas por tropas israelenses, no norte de Gaza, em 14 de setembro de 2024 [Mohammed Asad/MEMO]

Quinze agências humanitárias internacionais se uniram para reforçar apelos a um cessar-fogo imediato em Gaza, assim como embargo de armas a Israel e fim da ocupação ilegal nos territórios palestinos.

Em carta emitida nesta segunda-feira (16), às vésperas do encontro de líderes globais na Assembleia Geral das Nações Unidas, em Nova York, destacaram as agências: “Enquanto se intensificam os ataques militares de Israel a Gaza, alimentos, remédios, combustível e tendas que poderiam salvar vidas são sistematicamente impedidas de entrar no território por quase um ano”.

Conforme a carta, cerca de 83% da assistência alimentar crítica à população carente não chega em Gaza — muito acima dos 34% registrados em 2023. “Tamanha redução significa que os residentes deixaram de ter duas, em média, refeições por dia para ter apenas uma refeição a cada dois dias”.

“Esta queda drástica no acesso assistencial está levando a um desastre humanitário, ao submeter toda a população de Gaza à fome e à doença, com quase meio milhão em risco de morrer de fome”, acrescentaram as organizações.

Antes da deflagração do genocídio em Gaza, em outubro último, 500 caminhões entravam diariamente no enclave — “o que já não bastava para suprir as demandas”.

LEIA: Relatores da ONU apontam agravamento de violações nos territórios palestinos

“No entanto, um recorde negativo de 69 caminhões por dia entrou em Gaza em agosto de 2024”, reiterou o alerta, ao notar, além disso, “atrasos e negativas [de Israel] que limitam o movimento de assistência em torno de Gaza, assim como controle rigoroso e imprevisível das importações”.

Jolien Veldwijik, diretor da ong CARE na Palestina ocupada, explicou: “As condições já era intolerável muito antes de outubro — agora, supera a catástrofe. Em 11 meses, atingimos níveis chocantes de conflito, deslocamento, doença e fome. Todavia, o socorro ainda não entra e trabalhadores humanitários arriscam suas vidas para fazer seu trabalho, enquanto ataques e violações da lei internacional somente se intensificam”.

Amjad Al Shawa, diretor da Rede de Ongs Palestinas (PNGO), entidade que reúne 30 ongs e trabalha com a Action Aid, comentou: “Há falta de todos os itens humanitários. Estamos sobrecarregados com as demandas e solicitações urgentes. As pessoas estão morrendo de fome devido à falta de ajuda. Cem porcento da população depende de ajuda. Essa é a pior situação que já vivenciamos ao longo da guerra”.

As agências pediram ainda respeito das determinações Tribunal Penal Internacional (TPI), com sede em Haia, que reconheceu a ilegalidade da ocupação no fim de julho.

LEIA: O fracasso do paradigma humanitário da ONU

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