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Soldados israelenses em Gaza ostentam má conduta

Israel mantém 55 ordens de evacuação em Gaza, cobre 85% do território

Palestinos, incluindo crianças, evacuam área com seus pertences sob ameaças de Israel, no campo de refugiados de al-Bureij, em Deir al-Balah, em Gaza, em 28 de julho de 2024 [Ashraf Amra/Agência Anadolu]

A Organização das Nações Unidas (ONU) advertiu nesta segunda-feira (16) que as ordens de evacuação israelenses na Faixa de Gaza atingem atualmente mais de 85% do território, segundo informações da agência Anadolu.

“Até 16 de setembro, mais de 55 ordens de evacuação continuam em vigor, cobrindo mais de 85% de Gaza. A mais recente ordem de evacuação foi deferida no norte de Gaza neste sábado (14)”, destacou Stephane Dujarric, porta-voz da ONU, a jornalistas, ao citar dados do Escritório de Coordenação de Assuntos Humanitários (OCHA).

Ao notar que “os sucessivos deslocamentos separam famílias”, Dujarric reiterou que tais medidas também “erodem os sistemas de proteção social, sobretudo para as mulheres e crianças”.

Com as determinações israelenses obstruindo o fluxo humanitário Gaza, insistiu Dujarric: “Entre 1º e 15 de setembro, das 94 missões humanitárias planejadas e coordenadas junto às autoridades israelenses para o norte de Gaza, apenas 37 (39%) foram facilitadas”.

“No sul de Gaza, pouco acima de 50% das 243 missões se realizaram”, acrescentou.

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Segundo Dujarric, o OCHA não consegue acessar a região norte há 28 dias. “Comboios de ajuda humanitária são alvejados com balas, ou expostos a condições que impõem riscos de vida, abordados por tropas ou atrasados por horas em zonas de combate”.

Questionado se a ONU considera que as ordens de evacuação constituem deslocamento à força, tergiversou Dujarric: “Para nós, é como dar às pessoas pouquíssimas opções para que meramente continuem vivas”.

“É preciso protegê-las, não importa se estão em movimento ou não”, afirmou Dujarric, ao ressaltar que a ajuda humanitária tem de chegar à população carente. “O que vemos, no entanto, é que não há lugar seguro em Gaza”.

Ao responder a uma questão da Anadolu sobre o recém-publicado dossiê do Ministério da Saúde de Gaza que detalha as mortes de cada palestino em Gaza desde outubro, afirmou Dujarric: “Mulheres e crianças são os que mais sofrem”.

Dujarric ressaltou seu apelo por um cessar-fogo imediato.

O dossiê dá nome, idade, gênero e número de identidade dos 37 mil cidadãos mortos por Israel entre 7 de outubro e 31 de agosto, com ênfase no fato de que 60% das vítimas fatais são mulheres, crianças e idosos.

As primeiras 14 páginas listam vítimas com menos de um ano de idade.

Israel ignora uma resolução do Conselho de Segurança da ONU por um cessar-fogo, além de medidas cautelares do Tribunal Internacional de Justiça (TIJ), sediado em Haia, onde é réu por genocídio.

Os ataques indiscriminados de Israel deixaram até então 41.200 mortos e 95.400 feridos, além de dois milhões de desabrigados, sob cerco militar — sem comida, água potável ou medicamentos.

As ações israelenses são punição coletiva e crime de guerra.

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