A China responsabilizou os Estados Unidos pelo fracasso em alcançar um cessar-fogo na Faixa de Gaza, à medida que o genocídio israelense contra o território se aproxima de seu primeiro aniversário, reportou a agência Anadolu.
“Caso os Estados Unidos não tivessem protegido Israel uma e outra vez, várias resoluções deste Conselho não teriam sido flagrantemente rejeitadas e desrespeitadas”, comentou o embaixador chinês Geng Shuang ao Conselho de Segurança, nesta segunda-feira (16).
“Ao longo do último ano, apesar dos firmes apelos globais, em uníssono, por um cessar-fogo e pelo fim dos assassinatos, Israel não encerrou suas ações militares, que levaram à morte de mais de 41 mil civis palestinos”, destacou Geng.
“Isto é alarmante. É inacreditável”, acrescentou.
O Conselho de Segurança realizou uma sessão especial sobre a atual situação no Oriente Médio, incluindo a questão palestina.
Geng relembrou ao Conselho sua “responsabilidade primária pela manutenção da paz e segurança internacional”.
LEIA: Envios de armas e absurdos do cessar-fogo
“Por que é então que temos sido incapazes de parar tamanha tragédia humana?”, indagou o diplomata. “Como indica nossa avaliação, caso os Estados Unidos não se pusessem no caminho em todas as ocasiões, o Conselho teria adotado uma resolução para reivindicar um cessar-fogo, logo após eclodir o conflito”.
Geng instou a Casa Branca a “demonstrar uma atitude responsável” e “usar sua influência considerável ao utilizar ações tangíveis para pressionar Israel a dar fim às suas operações militares sem demora, como reivindicado por resoluções do Conselho, e para dar ao povo palestino, que há muito tempo sofre, uma chance de viver”.
LEIA: O apoio dos EUA a Israel alimenta a raiva em todo o país antes da eleição presidencial
“A China apoia maiores ações por parte do Conselho para extinguir as chamas da guerra, mitigar o desastre humanitário e levar paz à região assim que possível”, reiterou.
Israel mantém ataques indiscriminados à população civil de Gaza desde outubro de 2023, com mais de 41.200 mortos, 95.500 feridos e dois milhões de desabrigados, em desacato a medidas cautelares de Haia por desescalada, assim como uma resolução do Conselho de Segurança por um cessar-fogo.
As ações israelenses são punição coletiva, crime de guerra e lesa-humanidade.