O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, adiou pela segunda vez sua viagem a Nova York, em meio a uma escalada com o grupo libanês Hezbollah, sob apreensão sem precedentes de propagação da guerra.
As informações são da agência de notícias Anadolu.
Originalmente previsto para partir na segunda-feira (22), a viagem de Netanyahu foi adiada em um dia e novamente a quarta-feira (24), segundo a rádio militar israelense.
Netanyahu deve discursar junto de outras lideranças na 79ª sessão da Assembleia Geral das Nações Unidas, na sexta-feira (26).
Caso a crise de segurança persiste, o premiê deve voltar a Israel logo após o discurso, em vez da noite de sábado, como previsto anteriormente.
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Caso Netanyahu decida não viajar, há três alternativas para discursar em seu nome: Israel Katz, ministro de Relações Exteriores; Ron Dermer, ministro de Assuntos Estratégicos; ou Danny Danon, embaixador israelense na ONU.
O adiamento sucede uma onda de ataques de Israel ao Líbano, incluindo atos terroristas na última semana, na forma da explosão de pagers e walkie-talkies. Na sexta-feira (19), Tel Aviv bombardeou Beirute, capital do país.
Estima-se dezenas de mortos e milhares de feridos até então — muitos em estado grave.
Segundo o exército israelense, mais de 300 alvos foram atingidos em todo o Líbano desde a manhã desta segunda-feira, em meio a uma “nova fase da guerra”, conforme o ministro da Defesa, Yoav Gallant.
Israel e Hezbollah trocam disparos na fronteira desde outubro passado, quando o exército israelense deflagrou seu genocídio em Gaza, deixando 41.400 mortos e 95.500 feridos em pouco menos de um ano, além de dois milhões de desabrigados.
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O Estado israelense é réu por genocídio no Tribunal Internacional de Justiça (TIJ), sediado em Haia, sob denúncia sul-africana deferida em janeiro.
Israel mantém ataques não apenas contra a Palestina e o Líbano, mas zonas de influência do Irã, como Síria e Iêmen, ao sugerir dolo de disseminar a guerra a toda região. Analistas apontam que somente um cessar-fogo em Gaza pode impedir a deflagração.
Há receios ainda de que as violações israelenses em Gaza se repitam no Líbano, em meio a uma eventual invasão por terra.