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Soldados israelenses em Gaza ostentam má conduta

Hassan Nasrallah, líder do Hezbollah, é morto em ataque israelense a Beirute

Apoiadores saem às ruas com retratos de Hassan Nasrallah, líder do Hezbollah, assassinado por Israel, em Beirute, Líbano, em 28 de setembro de 2024 [Houssam Shbaro/Agência Anadolu]

Sayyed Hassan Nasrallah, secretário-geral do influente movimento libanês Hezbollah, foi assassinado por um ataque aéreo israelense na noite desta sexta-feira (27), na cidade de Beirute, confirmou o grupo neste sábado (28).

O exército israelense reivindicou a morte no dia anterior.

As informações são das agências Reuters e Al Jazeera.

Nasrallah, que atingiu o ápice de sua popularidade após a guerra com Israel em 2006, era visto como heróis por muitos, tanto no Líbano quanto no exterior. No entanto, sua imagem mudou com o apoio ao presidente sírio Bashar al-Assad, durante a guerra civil.

Nascido em 1960, a infância de Nasrallah, na zona leste de Beirute, foi tomada por mitos que construíram seu personagem. Um dentre nove irmãos, diziam que, desde criança, ele costumava caminhar ao centro em busca de livros usados sobre o Islã.

Durante a guerra civil (1975–1990), Nasrallah se juntou ao grupo Amal para lutar contra as milícias maronitas. Em 1982, pouco após a invasão israelense ao Líbano, dissidiu, dando origem a um novo grupo que, em 1985, engendraria o Hezbollah.

Desde os primórdios, o movimento se coligou à ainda jovem República Islâmica do Irã, ao proclamar o Supremo Líder, aiatolá Khomeini, como seu líder.

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Em 1992, Nasrallah ascendeu a terceiro secretário-geral do grupo xiita, após foguetes de Israel matarem seu antecessor, Abbas al-Musawi. Seu mandato superou a marginalização política do Hezbollah, ao transformá-lo em um partido com apoio de massa.

Seus discursos consolidaram sua persona, ao abraçar o dialeto das ruas em vez do árabe formal e projetar imagens políticas e religiosas com uma carga emocional que converteu Nasrallah na “própria personificação do grupo”.

Desde outubro passado, o Hezbollah troca disparos transfronteiriços com Israel, em meio ao genocídio em Gaza, com 41 mil mortos, 95 mil feridos e dois milhões de desabrigados. Neste entremeio, o Hezbollah buscou restringir o escopo do conflito, apesar de lideranças terem sido mortas por ataques israelenses em solo libanês.

Tensões, contudo, escalaram na última semana, após atentados terroristas atribuídos ao Mossad que explodiram pagers e walkie-talkies nas ruas libanesas, deixando dezenas de mortos e milhares de feridos, incluindo crianças e profissionais de saúde.

Em seguida, Israel intensificou bombardeios ao Líbano, em particular, desde a manhã de segunda-feira (23), deixando 700 mortos e 2.500 feridos em menos de uma semana, além de dezenas de milhares de deslocados à força.

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Apesar da eminência de Nasrallah ao longo de três décadas, o Hezbollah é visto como um grupo altamente organizado, que prometeu, em comunicado, manter a resistência contra Israel, “em apoio a Gaza e a Palestina e em defesa do Líbano”.

O sucessor de Nasrallah deve ser anunciado em breve, incumbido de decidir os próximos passos em torno da guerra.

Irã e Iraque declararam três dias de luto oficial.

Nasser Kannani, porta-voz do Ministério de Relações Exteriores em Teerã, comentou no X (Twitter): “O glorioso caminho do líder da resistência, Hassan Nasrallah, continuará e seu objetivo sagrado será materializado com a libertação de al-Quds [Jerusalém]”.

O primeiro-ministro do Iraque, Mohammed Shia al-Sudani, caracterizou Nasrallah como “um mártir no caminho dos justos”, ao condenar o “ataque vergonhoso” a Beirute como “um crime que mostra que a entidade sionista cruzou todas as linhas”.

O influente líder xiita iraquiano Muqtada al-Sadr ecoou o luto.

O Hamas, radicado em Gaza, estendeu condolências “aos irmãos libaneses” ao rechaçar “a agressão bárbara [de Israel] contra prédios residenciais na periferia de Beirute, [como] ato covarde de terrorismo e crime hediondo, que prova mais uma vez a sede de sangue e a brutalidade da ocupação”.

Então ressaltou: “A história mostra que a resistência contra a entidade sionista, em todas as suas facções e localidades, sempre que um de seus líderes é martirizado, segue com uma nova geração de líderes no mesmo caminho por libertação”.

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O bombardeio israelense de sexta-feira abalou Beirute. Uma fonte de segurança libanesa disse que os ataques — uma rápida sucessão de explosões em uma periferia densamente povoada — deixou uma cratera de ao menos 20 metros de profundidade.

Ataques israelenses seguiram pela madrugada e manhã deste sábado, tanto no subúrbio de Dahiyeh, onde Nasrallah foi morto, como outras áreas do Líbano.

Israel mantém seus ataques apesar de ampla condenação internacional e alertas de uma deflagração em escala regional e além, incluindo desacato a uma resolução do Conselho de Segurança das Nações Unidas por cessar-fogo em Gaza, além de medidas cautelares do Tribunal Internacional de Justiça (TIJ), com sede em Haia, onde é réu por genocídio sob denúncia sul-africana deferida em janeiro.

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