A Autoridade Palestina (AP), gestão semiautônoma radicada em Ramallah, na Cisjordânia ocupada, reiterou neste domingo (29) que solucionar a questão palestina é essencial para garantir um futuro estável e seguro para o Oriente Médio.
As informações são da agência de notícias Anadolu.
“Enquanto Jerusalém permanecer ocupada, com seus os lugares sagrados, sua história e seu patrimônio sob ameaça, as guerras que testemunhamos hoje prevalecerão, como foi o caso no último século”, declarou em nota Nabil Abu Rudeineh, porta-voz da presidência palestina.
“A única alternativa viável é o estabelecimento de um Estado palestino independente com Jerusalém Oriental como sua capital”, reafirmou.
“O genocídio israelense em curso contra o povo palestino … assim como a destruição de cidades, aldeias e campos de refugiados palestinos, não trará segurança ou estabilidade, mas sim mais violência e caos para a região e além”, alertou Abu Rudeineh.
Em seguida, responsabilizou as sucessivas gestões nos Estados Unidos por possibilitar a crise mediante apoio a Israel: “Suas ações encorajaram mais e mais crimes contra o povo palestino, além do povo sírio e libanês, com persistentes ameaças a outras áreas”.
Suas declarações ecoam uma contundente coletiva de imprensa do ministro de Relações Exteriores, Ayman Safadi, que advertiu que Israel “não tem objetivo senão a guerra”, após uma escalada sem precedentes contra o Líbano na última quinzena.
“Estamos aqui, membros do comitê árabe-islâmico, composto por 57 países, para afirmar inequivocamente que todos nós estamos dispostos, agora mesmo, a garantir a segurança de Israel, dado o fim da ocupação e a emergência de um Estado independente palestino”, reiterou Safadi, ao denunciar Israel por abandonar a “solução de dois Estados”.
“Levamos 30 anos para convencer as pessoas de que a paz é possível, mas o governo em Israel matou isso”, acrescentou o ministro, em evento paralelo à 79ª Assembleia Geral da ONU. “A desumanização e do ódio que impuseram levará gerações para navegar”.
Israel mantém bombardeios indiscriminados a Gaza desde 7 de outubro de 2023, além de um cerco absoluto — sem comida, água ou energia elétrica — e sucessivas incursões por terra contra instalações civis, sobretudo hospitais.
Em menos de um ano, são 41 mil mortos, 95 mil feridos e dois milhões de desabrigados. A grande maioria das vítimas são mulheres e crianças.
Na Cisjordânia e Jerusalém, Israel intensificou incursões coloniais e pogroms a cidades e aldeias, com cerca de 700 mortos e 5.700 feridos, além de dez mil novos detidos em uma campanha de prisão arbitrária, incluindo mulheres e crianças.
Em 18 de setembro, a Assembleia Geral das Nações Unidas aprovou por maioria absoluta a resolução inaugural da Palestina em seu plenário, após conquistar direitos em direção a sua filiação plena. A moção, baseada em opinião consultiva do Tribunal Internacional de Justiça (TIJ), com sede em Haia, pede fim da ocupação dentro de um ano.
As ações israelenses constituem punição coletiva e genocídio, como posto pela denúncia da África do Sul à mesma corte, deferida em janeiro.