A Argélia abandonou oficialmente sua candidatura para aderir ao grupo dos Brics, apesar de manter sua filiação ao Novo Banco do Desenvolvimento (NBD), organização financeira do bloco emergente, confirmaram fontes do governo ao jornal argelino El Moudjahid.
A decisão sucede especulações sobre a abordagem de Estados-membros a Argel no que diz respeito à possível adesão ao bloco. Todavia, segundo o periódico, “a adesão aos Brics é um assunto encerrado para as autoridades argelinas”.
“A Argélia definitivamente virou a página”, acrescentou a reportagem.
O presidente Abdelmadjid Tebboune indicou previamente o recuo, após se notar ausência argelina na cúpula dos Brics de agosto de 2023, em Joanesburgo, na África do Sul, a qual consolidou a filiação de seis novos membros.
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O governo argelino citou falta de razões claras para a exclusão, sem detalhes. O jornal, de sua parte, criticou os Brics por uma “lógica de seleção absurda” e por falhar em assumir uma abordagem eventualmente mais inclusiva.
Apesar do revés, Argel reforçou seu compromisso com o panorama de economia global e cooperação multilateral do bloco, ao se manter no banco chefiado pela ex-presidente do Brasil, Dilma Rousseff, que deferiu a adesão do país no início de setembro.
A filiação foi anunciada pelo Ministério das Finanças da Argélia, ao permitir sua integração a projetos estratégicos de desenvolvimento em mercados emergentes.
Os Brics são um bloco fundado por Brasil, Rússia, Índia, Chine e África do Sul, que cresce na arena global, sobretudo após entrada de Irã, Egito, Etiópia e Emirados Árabes Unidos, em janeiro de 2024, além do interesse de outras nações, como a Turquia.
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