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Soldados israelenses em Gaza ostentam má conduta

Israel abala Beirute durante a madrugada, corta principal via Líbano–Síria

Bombardeios israelenses em Dahiyeh, na zona sul de Beirute, capital do Líbano, em 3 de outubro de 2024 [Ramiz Dallah/Agência Anadolu]

Bombardeios intensos de Israel abalaram os subúrbios da zona sul de Beirute, capital do Líbano, ao longo da madrugada desta sexta-feira (4), estremecendo a terra e cobrindo os céus com nuvens de fumaça.

As informações são da rede de notícias Al Jazeera.

Conforme residentes, os ataques foram tão intensos que dispararam alarmes de carros e sacudindo prédios inteiros, em meio ao voo baixo de jatos combatentes israelenses sobre áreas densamente povoadas, incluindo a região do aeroporto.

Segundo uma fonte em contato com a rede AFP, Israel conduziu 11 ataques consecutivos no que foi descrito como os mais violentos a Beirute até então.

A mídia israelense alegou que Hashem Safieddine — suposto candidato a suceder o chefe do Hezbollah, Hassan Nasrallah, assassinado por um ataque aéreo na sexta-feira passada (27) — seria o alvo; contudo, sem confirmação.

O exército israelense afirmou, no entanto, ter “neutralizado” Mohammad Rashid Sakafi — suposto chefe das redes de comunicação interna do Hezbollah —, nesta quinta-feira (3). Porém, novamente, sem confirmação do Hezbollah.

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Israel atacou também a travessia de fronteira de Masnaa entre Líbano e Síria, na tentativa de cortar o acesso e duas vias entre os países, usados nas semanas recentes para a fuga de centenas de milhares de pessoas assustadas com os prospectos da guerra.

Estima-se que 300 mil refugiados — na maioria sírios — cruzaram a fronteira em somente dez dias, segundo estatísticas do governo libanês. O total de deslocados à força, no curto período, chega a 1.2 milhão de pessoas, conforme os mesmos registros.

Ali Hamieh, ministro dos Transportes do Líbano, disse à agência de notícias Reuters que o ataque à fronteira atingiu o território de seu país, deixando uma cratera de quatro metros de profundidade.

Israel apelou ao pretexto de “túneis”, supostamente usados pelo Hezbollah para receber armas da Síria, para o ataque. “Não permitiremos este contrabando e não hesitaremos em agir para impedi-lo”, insistiu Avichay Adraee, porta-voz militar de Tel Aviv.

Neste contexto, o Alto-Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (Acnur) alertou que os cerca de 900 abrigos no Líbano já estão lotados, com pessoas dormindo na rua às vésperas de uma queda na temperatura entre outono e inverno.

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Tensões escalaram na terça-feira (1º), após Israel lançar sua invasão por terra ao Líbano, tendo como resposta uma bateria de mísseis iranianos sobre Tel Aviv e outras cidades — apenas pela segunda vez na história; a primeira em abril.

Hezbollah e Israel trocam disparos transfronteiriços desde outubro último, no contexto do genocídio israelense em Gaza, com mais de 41.800 mortos, 96 mil feridos e dois milhões de desabrigados em um ano.

No Líbano, Israel matou ao menos 1.947 pessoas, além de 9.400 feridos — destes, cerca de mil mortos e três mil feridos desde 23 de setembro.

Analistas advertem há meses que somente um cessar-fogo em Gaza — e agora no Líbano — podem conter uma guerra regional.

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