Portuguese / English

Middle East Near You

Soldados israelenses em Gaza ostentam má conduta

Rússia decidiu remover o Talibã da lista de terroristas, relata a TASS

O Ministro das Relações Exteriores da Rússia Sergey Lavrov e o Vice-Ministro das Relações Exteriores do governo Talibã no Afeganistão, Amirkhan Muttak, participam do Formato de Moscou em Moscou, Rússia, em 4 de outubro de 2024. [Sefa Karacan/ Agência Anadolu]

O Ministério das Relações Exteriores da Rússia disse, na sexta-feira, que a decisão de remover o Talibã de uma lista de organizações terroristas foi “tomada no mais alto nível”, informou a agência de notícias estatal TASS.

A decisão precisa ser seguida de vários procedimentos legais para torná-la realidade, disse o representante especial do presidente Vladimir Putin no Afeganistão, Zamir Kabulov, segundo a Reuters.

Putin disse, em julho, que a Rússia considerava o movimento Talibã do Afeganistão um aliado na luta contra o terrorismo.

A Rússia vem construindo lentamente laços com o Talibã desde que tomou o poder no Afeganistão em agosto de 2021, quando as forças lideradas pelos EUA se retiraram após 20 anos de guerra, mas o movimento ainda é oficialmente proibido na Rússia.

Nenhum país reconheceu formalmente o Talibã como a liderança legítima do país, embora a China e os Emirados Árabes Unidos tenham aceitado seus embaixadores.

LEIA: Embaixada afegã reabre em Omã, ao ampliar legitimidade do regime Talibã

A Rússia adicionou o Talibã à sua lista de organizações terroristas em 2003. Removê-lo seria um passo importante de Moscou para normalizar as relações com o Afeganistão.

O ministro das Relações Exteriores em exercício do Talibã, Amir Khan Muttaqi, disse em um discurso em Moscou que as decisões recentes do Cazaquistão e do Quirguistão de remover os ex-insurgentes de uma lista de grupos proibidos foram um passo bem-vindo.

“Também apreciamos os comentários positivos dos altos funcionários da Federação Russa a esse respeito e esperamos ver medidas mais eficazes em breve”, disse ele.

Em comentários separados na sexta-feira, o ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, disse que Moscou estava convencida da necessidade de manter um “diálogo pragmático” com o atual governo afegão.

“É óbvio que é impossível resolver problemas ou mesmo discutir um acordo afegão sem Cabul”, disse Lavrov.

“Moscou continuará seu curso no desenvolvimento de laços políticos, comerciais e econômicos com Cabul”, acrescentou, falando em uma reunião em Moscou com Muttaqi e representantes de países vizinhos.

LEIA: Mais de 700 refugiados afegãos conseguiram trabalho formal no Brasil

Embora ele não tenha mencionado o Talibã pelo nome, ele elogiou a atual liderança afegã por seus esforços para conter a produção de drogas e combater o Daesh, que é proibido na Rússia.

Muttaqi disse que os países da região devem cooperar contra o Daesh, que ele disse ter estabelecido centros de treinamento fora do Afeganistão.

Lavrov disse que os Estados Unidos devem devolver os ativos confiscados ao Afeganistão e que o Ocidente deve reconhecer a responsabilidade pela reconstrução pós-conflito do país.

Lavrov também pediu um aumento na ajuda humanitária ao Afeganistão e disse que a Rússia continuaria enviando alimentos e bens essenciais.

A Rússia tem uma história problemática no Afeganistão, onde o exército soviético invadiu em 1979 para apoiar um governo pró-Moscou, mas se retirou 10 anos depois após sofrer pesadas baixas nas mãos de combatentes mujahideen.

A Rússia e seus vizinhos pós-soviéticos sofreram ataques recorrentes de grupos militantes islâmicos ligados ao Afeganistão — mais recentemente em março, quando 145 pessoas foram mortas em um ataque reivindicado pelo Daesh em uma sala de concertos perto de Moscou.

Categorias
AfeganistãoÁsia & AméricasEmirados Árabes UnidosEstados UnidosEuropa & RússiaNotíciaOriente MédioRússia
Show Comments
Palestina: quatro mil anos de história
Show Comments