Israel está se preparando para um possível ataque contra o Irã, em coordenação com os Estados Unidos, como tréplica após Teerã disparar mísseis ao território ocupado no início do mês, em meio a assassinatos políticos e à invasão israelense ao Líbano.
As informações são da rede de notícias Anadolu, conforme divulgado neste domingo (13) pela imprensa israelense.
Israel “já decidiu que tipo de resposta dar ao Irã”, comentou o Canal 12 da televisão local, embora o “tempo exato” permaneça incerto.
Na noite de sábado (12), o exército confirmou a mobilização de sistemas antimísseis dos Estados Unidos em cidades e colonatos israelenses, a fim de conter potenciais ataques balísticos de longa distância do Irã.
A televisão israelense reportou que o atual emprego do sistema americano THAAD é parte dos preparativos a um ataque “de larga escala” contra Teerã. Conforme os relatos, a ação será notificada com antecedência a Washington.
O sistema THAAD — operado por agentes americanos na Palestina histórica — tem como intuito interceptar mísseis de grandes altitudes, como soma às capacidades de defesa do exército ocupante. Os aparatos são fabricados pela corporação Lockheed Martin, sediada em Maryland, nos Estados Unidos.
Em 1º de outubro, o Irã lançou entre 180 e 200 mísseis a cidades e colonatos de Israel, em resposta aos assassinatos de Ismail Haniyeh, líder político do grupo Hamas, em Teerã, em 31 de julho, e Hassan Nasrallah, chefe do Hezbollah, em Beirute, em 27 de agosto.
A operação se deu horas depois de Israel deflagrar sua invasão ao Líbano, após escalada de duas semanas nas quais Israel bombardeou Beirute e outras cidades e coordenou atos terroristas, atribuídos ao Mossad, para explodir pagers e walkie-talkies.
O exército de Israel reconheceu posteriormente que a bateria iraniana atingiu algumas de suas bases aéreas, causando danos.
Apesar dos apelos globais por desescalada, sob temores de uma deflagração regional, Tel Aviv prometeu retaliar.
O Irã defendeu suas ações, ao citar o Artigo 51 da Carta das Nações Unidas, que estipula prerrogativas de autodefesa.
Israel mantém ataques indiscriminados contra a Faixa de Gaza há um ano, com ao menos 42 mil mortos, 98 mil feridos e dois milhões de desabrigados. No Líbano, são em torno de 2.100 mortos, dez mil feridos e 1.2 milhão de desabrigados.
A campanha de Israel segue em desacato de uma resolução por cessar-fogo do Conselho de Segurança e medidas cautelares do Tribunal Internacional de Justiça (TIJ), sediado em Haia, onde é réu por genocídio sob denúncia sul-africana deferida em janeiro.
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