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Soldados israelenses em Gaza ostentam má conduta

Janja denuncia ‘pessoas queimadas vivas’ e ‘desumanização’ em Gaza

Primeira-dama do Brasil, Janja Lula da Silva, encontra-se com repatriados de Gaza em Brasília, em 25 de dezembro de 2023 [Ricardo Stuckert/Presidência da República/Divulgação]

A primeira-dama do Brasil, Janja Lula da Silva, voltou a expressar sua consternação sobre o genocídio em curso na Faixa de Gaza sitiado, após um ataque israelense aos arredores do Hospital dos Mártires de Al-Aqsa, no centro do território, resultar em um incêndio que tomou as tendas de deslocados e leitos improvisados na área.

As imagens gráficas — sobretudo de pacientes queimados vivos — viralizaram online.

“A cada dia fico mais estarrecida e chocada com a violência do conflito em Gaza e como os civis se tornaram alvos”, afirmou Janja no Instagram. “Os ataques ao acampamento de deslocados em um complexo hospitalar e a uma escola da Nações Unidas que ocorreram ontem [14], demonstram a essência da desumanização do povo palestino”.

É inadmissível e inaceitável chegarmos ao ponto de vermos pessoas sendo queimadas vivas, depois de mais de um ano fugindo dentro de sua própria terra e, mesmo assim, classificadas como dano colateral, como se não estivéssemos diante de vidas humanas. Como se não fossem crianças, mulheres, homens, idosos. Como se não fossem pessoas que só querem viver em paz, com dignidade e respeito dentro de seus territórios.

“O povo palestino está sendo morto em suas casas, campos de refugiados e hospitais”, acrescentou Janja. “Palestinas e palestinos estão morrendo por balas, por bombas, pela fome e por doenças evitáveis e só somos capazes de saber disso a partir de jornalistas e comunicadores que também estão sendo mortos por documentarem o genocídio”.

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“Enquanto o conflito se expande ao Líbano, Gaza e a Cisjordânia continuam sob ataque”, reiterou a primeira-dama, em menção aos avanços de Israel em solo libanês, desde 23 de setembro, com 1.500 mortos, 4.500 feridos e 1.34 milhão de deslocados à força somente neste período.

“O único resultado da guerra é morte e destruição”, ressaltou Janja. “Seguirei caminhando e lutando por um mundo justo e em paz, onde todas as vidas importam”.

Não é a primeira vez que a esposa do presidente Luiz Inácio Lula da Silva expressa apoio e solidariedade ao povo palestino.

Ainda em novembro de 2023, Janja participou por videoconferência do evento Todos Pela Paz na Palestina, promovido pela Turquia. Na ocasião, reiterou: “Jamais imaginei que após a Segunda Guerra Mundial e todos os seus horrores, teríamos que assistir a um massacre como este, de bebês, de crianças e jovens”.

Em 24 de setembro deste ano, Janja compareceu à abertura da Assembleia Geral da ONU junto de Lula vestindo um casaco que recebeu de presente da embaixada da Palestina no Brasil, com um bordado tradicional nativo.

Em Gaza, são 43 mil mortos, 99 mil feridos e dois milhões de desabrigados sob cerco total — sem comida, água ou sequer medicamentos. Ao promover o sítio, o ministro da Defesa israelense, Yoav Gallant, descreveu os palestinos como “animais humanos”.

Outras declarações de lideranças israelenses — como o premiê Benjamin Netanyahu, ao proclamar uma “guerra santa” contra as “crianças das trevas” — serviram de evidência ao processo sul-africano contra o Estado ocupante no Tribunal Internacional de Justiça (TIJ), com sede em Haia, deferido em janeiro.

Os avanços de Israel seguem em desacato a uma resolução por cessar-fogo do Conselho de Segurança e medidas cautelares do Tribunal Internacional de Justiça (TIJ), radicado em Haia, onde é réu por genocídio sob denúncia sul-africana deferida em janeiro.

O governo brasileiro, comandado por Lula, reconhece o genocídio e apoia o processo em Haia. Todavia, apesar de pressões internas e ser declarado persona non grata pelo regime em Tel Aviv, ainda posterga a ruptura de relações.

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