Khaled Meshaal, liderança política do grupo palestino Hamas, reiterou neste domingo (20) que o movimento “permanece comprometido com sua estratégia de resistência até que a terra e os lugares santos da Palestina sejam libertados”, apesar da morte do chefe político Yahya Sinwar, em Gaza, na última semana.
Em mensagem gravada a um memorial a Sinwar em Istambul, na Turquia, Meshaal notou que o movimento permanece vivo.
A morte de Sinwar foi confirmada pelo Hamas na sexta-feira (18), em combate com forças da ocupação israelense “até os últimos momentos de sua vida”.
Segundo Meshaal, “o Hamas dedica seus líderes às causas do martírio, da dignidade e da libertação, para dar fim à ocupação israelense — incluindo seu fundador, Ahmed Yassin, assassinado por Israel em 2004.”
Para Meshaal, Sinwar “a morte de Sinwar é agora a um símbolo a nosso povo, aos nossos cidadãos e às pessoas que amam a liberdade em todo o mundo”.
“Estamos comprometidos em mantermo-nos verdadeiros com nosso caminho e a aderir aos princípios, valores e estratégias de liderança e resistência”, destacou Meshaal. “Cada vez que um líder nos deixa, outro ascende a seu lugar”.
“Nossa liderança continuará a monitorar de perto a situação em campo, com enfoque no apoio popular à resistência em Gaza”, concluiu Meshaal. “A liderança está comprometida em dar fim à agressão israelense contra Gaza”.
Sinwar foi designado por Tel Aviv como a “mente por trás” da operação transfronteiriça do Hamas contra Israel de 7 de outubro de 2023, que capturou colonos e soldados. O regime em Tel Aviv alega que 1.200 pessoas foram mortas, apesar de instâncias de “fogo amigo” corroboradas por vazamentos divulgados pelo jornal israelense Haaretz.
Desde então, Israel recorre a uma campanha de desinformação sobre o incidente, como pretexto para suas ações de punição coletiva contra os civis de Gaza, denunciadas como genocídio no Tribunal Internacional de Justiça (TIJ), sediado em Haia.
Em um ano, a campanha israelense deixou ao menos 43 mil mortos e 99 mil feridos, além de dois milhões de desabrigados sob cerco absoluto — sem comida, água, combustível e medicamentos.
Apesar da morte de Sinwar — suposto objetivo de guerra declarado pela liderança em Tel Aviv —, não há ainda um cessar-fogo no horizonte.
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