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Soldados israelenses em Gaza ostentam má conduta

Biden ignora denúncias de mortes civis com armas dos EUA na Faixa de Gaza

Covas coletivas após bombardeios israelenses matarem dezenas, na região de Kerem Abu Salim, em Rafah, sul de Gaza, em 7 de março de 2024 [Jehad Alshrafi/Agência Anadolu]

O governo do presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, recebeu cerca de 500 denúncias de uso de armas americanas por Israel em ataques a civis na Faixa de Gaza, mas ignorou sua responsabilidade legal por investigar os casos, revelou uma reportagem do jornal The Washington Post nesta quarta-feira (30).

As informações são da agência de notícias Anadolu.

Apesar das demandas da Diretriz de Resposta a Incidentes com Danos Civis (CHIRG), de 2023 — que prevê investigações e orientações em até dois meses — o Departamento de Estado em Washington não avançou nenhum dos casos à fase de “ações”.

A maior parte das denúncias permanece em aberto, à espera de justificativas de Tel Aviv.

As denúncias — compiladas por agências americanas e internacionais, além de redes de imprensa — contêm detalhes e evidências fotográficas de fragmentos de bombas e outras armas fabricadas pelos Estados Unidos em áreas civis atacadas por Israel.

Ativistas e entidades de direitos humanos reafirmam que, com base nas documentações, alguns dos incidentes constituem violações das leis internacionais e mesmo das normas domésticas previstas na legislatura dos Estados Unidos.

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Questionado sobre as denúncias, Matthew Miller, porta-voz do Departamento de Estado, alegou que seu governo analisa diversos incidentes sob a CHIRG e outros processos, mas se recusou a detalhar as averiguações.

“São assuntos complicados”, insistiu Miller. “São assuntos complicados do ponto de vista dos fatos e assuntos complicados do ponto de vista legal”.

Sobre um relatório do Memorando de Segurança Nacional n° 20 (NSM–20), publicado em maio, que descreveu como “razoável” a demanda por inquéritos sobre violações de Israel sobre a lei internacional, Miller insistiu que os processos estão “em curso”.

Pressionado pela procrastinação da Casa Branca, após mais de um ano de genocídio em Gaza, Miller repetiu o mantra que tais decisões são “incrivelmente difíceis”.

As ações israelenses seguem com apoio de Washington há um ano, com 43 mil mortos e cem mil feridos em Gaza, além de dois milhões de desabrigados sob sítio absoluto — sem comida, água ou medicamentos.

A continuidade da ofensiva é desacato a uma resolução por cessar-fogo do Conselho de Segurança das Nações Unidas e medidas cautelares do Tribunal Internacional de Justiça (TIJ), em Haia, onde Israel é réu por genocídio desde janeiro.

Apesar da contumaz crise interna, em plena campanha às eleições presidenciais de 20 de novembro, Biden insiste no apoio incondicional a Israel.

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