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Soldados israelenses em Gaza ostentam má conduta

Netanyahu parabeniza Trump por vitória nos EUA, Ben-Gvir e Smotrich festejam

Cartazes do primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, e do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, durante as eleições gerais israelenses, na cidade ocupada de Jerusalém, em 16 de setembro de 2019 [Faiz Abu Rmeleh/Agência Anadolu]

O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, parabenizou o candidato republicano Donald Trump por sua vitória às eleições dos Estados Unidos desta terça-feira (5), no que descreveu como “maior volta por cima da história”.

As informações são da rede de notícias Middle East Eye.

Em postagem na rede social X (Twitter), ainda antes de Trump ser declarado oficialmente vitorioso, Netanyahu se dirigiu a Trump e sua esposa, Melania, ao classificar a campanha, contra a vice-presidente democrata Kamala Harris, como uma “enorme vitória”.

“Seu retorno histórico à Casa Branca oferece um novo começo à América e um poderoso reforço de seu compromisso à gloriosa aliança entre Israel e Estados Unidos”, comentou Netanyahu. Então assinou: “Em verdadeira amizade, Benjamin e Sara Netanyahu”.

O genocídio israelense em Gaza impôs pressão às relações entre Estados Unidos e Israel. Por um lado, o apoio obstinado do presidente Joe Biden alienou eleitores progressistas e muçulmanos em casa; por outro, críticas retóricas bastaram para incomodar Tel Aviv.

Em outubro, a Casa Branca democrata deu a Netanyahu um prazo de 30 dias para adotar medidas sobre a crise humanitária em Gaza, sob risco de reduções na ajuda militar — que soma US$17.9 bilhões em apenas um ano.

Trump, neste entremeio, disse ao premiê que precisava encerrar a guerra até o dia de sua posse, presumindo a vitória. Segundo relatos, o presidente eleito ecoou comentários que compartilhou com Netanyahu em julho, quando se reuniram em Mar-a-Lago.

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O gabinete extremista de Netanyahu foi ainda mais enfático ao celebrar a vitória de Trump — cuja agenda supremacista, incluindo expulsão de milhões de imigrantes, parece refletir políticas de Israel.

Itamar Ben-Gvir, ministro de Segurança Nacional, racista condenado conhecido por falas antipalestinas, escreveu brevemente no Twitter: “SIIIIIM”.

Bezalel Smotrich, ministro das Finanças, do partido fundamentalista Sionismo Religioso, visto como o governante de facto da Cisjordânia ocupada e denunciado pela anexação de terras, declarou: “Deus abençoe Israel. Deus abençoe a América”.

Em seu primeiro mandato, contra a lei internacional e determinações das Nações Unidas, Trump reconheceu Jerusalém como capital de Israel e sua “soberania” sobre as colinas de Golã, território ocupado da Síria. Biden, porém, não revogou as medidas.

Um dia antes de Netanyahu se reunir com Biden e Harris em Washington, em entrevista à rede Bloomberg, Ben-Gvir enunciou seu apoio “Com Trump, ficará mais claro [sic] que os inimigos de Israel devem ser derrotados”.

“Os Estados Unidos sempre estiveram ao lado de Israel em termos de armas, mas, desta vez, há um sentimento como se tentassem nos impedir de vencer”, queixou-se o ministro, na ocasião. “Isso aconteceu sob Biden e deu energia ao Hamas”.

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Israel mantém ataques indiscriminados a Gaza, com cumplicidade de Washington, há 13 meses, deixando 43 mil mortos, cem mil feridos e dois milhões de desabrigados sob sítio absoluto — sem comida, água e medicamentos.

Apesar de pressão doméstica e crise institucional, Biden e seu governo ampliaram o envio de armas a Israel e buscaram blindar o Estado de apartheid no Conselho de Segurança e nas cortes internacionais.

Conforme analistas, é o lobby americano — sob a gestão democrata — que posterga uma decisão do Tribunal Penal Internacional (TPI), em Haia, sobre mandados de prisão contra Netanyahu e seu ex-ministro da Defesa, Yoav Gallant.

Israel, no entanto, é réu por genocídio no Tribunal Internacional de Justiça (TIJ), que julga Estados, sob denúncia sul-africana deferida em janeiro.

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Palestina: quatro mil anos de história
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