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Soldados israelenses em Gaza ostentam má conduta

Líbano dá queixa de Israel por ataques terroristas, em agência das Nações Unidas

Ministro do Trabalho do Líbano, Mustafa Bayram (centro), durante coletiva de imprensa na sede das Nações Unidas em Genebra, na Suíça, em 6 de novembro de 2024 [Beyza Binnur Dönmez/Agência Anadolu]

O Líbano apresentou uma queixa contra Israel na Organização Internacional do Trabalho (OIT), agência das Nações Unidas, pela série de atentados terroristas que explodiu pagers e walkie-talkies nas ruas libanesas, em meados de setembro.

O ministro do Trabalho libanês, Mustafa Bayram, apresentou sua denúncia formal na sede da agência em Genebra, na Suíça, nesta terça-feira (5).

Em coletiva de imprensa, na manhã seguinte, Bayram descreveu os ataques, com mortos e feridos entre cidadãos comuns, incluindo crianças, como um “crime flagrante contra a humanidade, o trabalho e a tecnologia”.

“Trata-se de um precedente perigosíssimo, caso não seja devidamente condenado”, disse o ministro. “Estamos em uma situação em que objetos comuns — objetos usados na vida cotidiana — tornam-se perigosos e letais”.

Políticos israelenses se vangloriaram dos ataques — atribuídos à agência de espionagem Mossad — como uma operação remota contra aparelhos de comunicação utilizados por membros do movimento libanês Hezbollah.

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Israel não reivindicou oficialmente os ataques, mas Bayram reiterou que foi “amplamente aceito que o Estado israelense esteve por trás desses atos hediondos”.

O ministro notou também que as baixas são ainda maiores do que os dados preliminares, com “mais de quatro mil civis caídos — entre mártires, feridos e mutilados —, em poucos minutos de ataque”.

Questionado sobre a razão para realizar a denúncia ao órgão do trabalho, Bayram reiterou que trabalhadores foram diretamente atingidos pela explosão.

“Consideramos necessário destacar que as ações contradizem princípios de segurança e dignidade nos ambientes de trabalho, defendidos pela agência”, indicou o ministro. Outra agência cogitada foi a Organização Mundial do Comércio (OMC).

A partir dos atentados, Israel intensificou seus bombardeios no Líbano, incluindo invasão por terra em 1º de outubro.

As ações sucederam em um ano de troca de disparos entre Israel e Hezbollah, através da fronteira, no contexto do genocídio em Gaza, com mais de 43 mil mortos, cem mil feridos e dois milhões de desabrigados.

No Líbano, são três mil mortos, 13.500 feridos e 1.3 milhão de deslocados à força.

Nesta quarta, ataques israelenses mataram ao menos 30 pessoas em Baalbek, no vale do Bekaa, reportou o governo local, além de ataques ao sul de Beirute.

Israel age em desacato a resoluções por cessar-fogo do Conselho de Segurança, além de medidas cautelares do Tribunal Internacional de Justiça (TIJ), sediado em Haia, onde é réu por genocídio desde janeiro.

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