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Soldados israelenses em Gaza ostentam má conduta

Israel destrói prédio otomano, perto da acrópole de Baalbek

Destruição deixada por bombardeios israelenses no bairro otomano de Manshiyeh, perto do Hotel Palmira, um dos mais antigos do mundo árabe, em Baalbek, no Líbano, em 7 de novembro de 2024 [Suleiman Amhaz/Agência Anadolu]

Um ataque aéreo israelense destruiu um prédio da era otomana a metros de distância de templos de Baalbek consagrados como Patrimônio Mundial do Fundo das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura (Unesco), na cidade histórica no leste do Líbano.

Segundo a agência de notícias Reuters, a instância é o mais perto que o exército de Israel chegou de atingir um dos principais sítios arqueológicos do Oriente Médio.

Destroços cinzentos e metais retorcidos tomaram a paisagem nesta quinta-feira (7), junto de um ônibus carbonizado, a algumas dezenas de metros dos templos históricos, um dia após uma onda de ataques israelenses matar 40 pessoas na região.

O exército colonial ordenou todos os residentes de Baalbek, no Vale de Baqaa, a deixarem suas casas, ao repetir a doutrina de limpeza étnica e deslocamento compulsório adotada em Gaza, nos últimos 13 meses.

Bachir Khodr, governador de Baalbek, reiterou que o prédio destruído em Manshiyeh tinha também valor, datado do período otomano. “Este é um distrito com um caráter artesanal, que costuma estar lotado de turistas”, destacou Khodr.

“Felizmente, no entanto, não havia ninguém naquele prédio”, acrescentou.

Conforme o governador, não há registros, até então de danos imediatos aos templos, mas as averiguações prosseguem.

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“Os guardas do castelo confirmaram, ao menos visualmente, que não há danos”, afirmou Khodr. “Precisamos, contudo, que especialistas — engenheiros e arqueólogos — venham avaliar. Não conseguimos fazer isso ainda por conta dos ataques”.

Maya Halabi, do tradicional Festival Internacional de Cultura de Baalbek, reportou danos, porém, em ao menos três localidades otomanas: os Quartéis de Gouroud, o Hotel Palmira e o prédio destruído nesta quarta-feira.

Baalbek é dos mais bem preservados complexos de templos fenícios e greco-romanos da região do Levante.

“A acrópole — onde estão os templos — está há apenas alguns metros da área alvejada”, enfatizou Halabi. “Não foi danificada, até o momento, mas só podemos esperar que isso não aconteça”.

Israel escalou suas ações no Líbano em meados de setembro, após uma onda de ataques terroristas, atribuídos à agência de espionagem Mossad, que detonaram pagers e walkie-talkies nas ruas libanesas.

Em 1º de outubro, Tel Aviv deflagrou sua invasão por terra ao Líbano — contida, até então, por unidades do Hezbollah, com quem troca disparos há um ano.

As ações sucedem um ano de genocídio em Gaza, com 43 mil mortos, cem mil feridos e dois milhões de desabrigados. No Líbano, são três mil mortos, 13.700 feridos e 1.3 milhão de deslocados à força.

A campanha israelense é crime de guerra, punição coletiva e genocídio.

Ataques a sítios arqueológicos, históricos e turísticos — incluindo Patrimônios Mundiais, sob a lista do Fundo das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura (Unesco) — se tornaram comuns por parte de Israel, como prática de memoricídio.

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