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Soldados israelenses em Gaza ostentam má conduta

Ministro israelense ordena preparativos para anexação da Cisjordânia

Ministro das Finanças de Israel, Bezalel Smotrich, durante evento em Jerusalém ocupada, em 11 de janeiro de 2023 [Kobi Wolf/Bloomberg via Getty Images]

Bezalel Smotrich, ministro das Finanças de Israel, ordenou preparativos para a anexação ilegal da Cisjordânia ocupada, às vésperas da posse de Donald Trump como presidente eleito dos Estados Unidos, em janeiro de 2025.

Em nota divulgada nesta segunda-feira (11), Smotrich declarou esperanças de que a nova gestão reconheça os esforços de Israel pela “soberania” sobre o território ocupado, como fez com Golã — da Síria — e Jerusalém Oriental no primeiro governo Trump.

Além de comandar a economia, Smotrich — colono radicado em um assentamento ilegal, líder do partido fundamentalista Sionismo Religioso — detém uma posição no Ministério da Defesa que o permite administrar de facto a Cisjordânia e seus colonatos.

Em postagem na rede social X (Twitter), afirmou Smotrich “2025 [será] o ano da soberania em Judeia e Samaria”, ao adotar a terminologia bíblica para o território.

Em encontro com sua facção extremista no parlamento israelense (Knesset), na segunda, Smotrich celebrou a vitória eleitoral de Trump sobre a vice-presidente democrata Kamala Harris e confirmou ter instruído a Diretoria de Assentamentos e Administração Civil — do Ministério da Defesa — a preparar terreno para a anexação.

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“Ordenei o início do trabalho para preparar toda infraestrutura necessária para aplicarmos a soberania israelense sobre Judeia e Samaria [sic]”, destacou aos deputados. “Não tenho dúvidas de que o presidente Trump, que mostrou coragem e determinação em suas ações no primeiro mandato, apoiará esta medida do Estado de Israel”.

Smotrich descreveu a formação de um Estado palestino — sob consenso internacional — como um “perigo” e insistiu que “a única forma de remover este risco da agenda é aplicar a soberania israelense sobre todos os assentamentos em Judeia e Samaria [sic]”.

Nabil Abu Rudeineh, porta-voz do presidente da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas, reiterou que os comentários de Smotrich confirmam, mais uma vez, a intenção de Israel em anexar a Cisjordânia, em violação da lei internacional.

“Responsabilizamos em absoluto as autoridades da ocupação por todas as repercussões dessas perigosas políticas”, alertou Rudeineh, ao notar cumplicidade americana.

O novo ministro de Relações Exteriores de Israel, Gideon Saar, comentou que a liderança dos colonos está confiante que Trump tende a acatar a tais medidas, embora não haja até então uma decisão oficial do governo.

“A última vez que discutimos [a anexação] foi no primeiro mandato do presidente Trump”, observou Saar, em coletiva de imprensa, nesta segunda-feira. “Portanto, vamos dizer que, caso seja relevante, discutiremos novamente a matéria com nossos amigos”.

Não é a primeira vez que Smotrich exorta a anexação ilegal dos territórios ocupados, a fim de impedir o estabelecimento legal de um Estado palestino independente e autônomo — conforme o direito internacional.

Smotrich é um dos proponentes da ideia de “Grande Israel”, ao ostentar mapas em foros estrangeiros que representam Cisjordânia e Gaza, além de terras sírias e libanesas, como parte do Estado colonial de Israel.

Durante seu primeiro mandato, em 2017, Trump “reconheceu” a soberania de Israel sobre a totalidade de Jerusalém ocupada, ao implodir décadas de política externa americana e consenso internacional, além de expressar apoio a planos expansionistas.

Avanços coloniais na Cisjordânia, incluindo pogroms contra cidades e aldeias palestinas, se intensificaram no contexto do genocídio em Gaza.

A Cisjordânia permanece sob ocupação de Israel desde 1967. Todos os assentamentos e colonos radicados nos territórios palestinos são ilegais sob o direito internacional, como reconheceu em julho o Tribunal Internacional de Justiça (TIJ), em decisão histórica.

A corte em Haia instruiu então evacuação imediata de soldados e colonos israelenses de terras palestinas, contudo, sob ataques de Israel. Dois meses depois, a consulta de Haia se converteu em resolução da Assembleia Geral das Nações Unidas, por maioria absoluta dos Estados-membros, com prazo de um ano para ser realizada.

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