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Júri confirma culpa de empreiteira civil dos EUA em torturas de Abu Ghraib

Soldados dos EUA montam guarda na prisão de Abu Ghraib, no Iraque, em 10 de maio de 2004 [Khampha Bouaphanh/Getty Images]

Nesta terça-feira (12), um júri federal dos Estados Unidos reconheceu a culpabilidade da empreiteira civil CACI International por colaborar com tortura na prisão de Abu Ghraib, na região de Bagdá, durante a invasão americana ao Iraque entre 2003 e 2004.

As informações são da agência de notícias Reuters.

O veredito determinou à empresa, sediada no estado da Virgínia, um pagamento total de US$42 milhões em indenizações, divididas igualmente, aos três querelantes, reportou em comunicado o Centro de Direitos Constitucionais, que representou as vítimas.

A decisão representa a primeira vez que uma empresa civil é responsabilizada legalmente por crimes de tortura em Abu Ghraib.

Os abusos contra prisioneiros, cometidos por tropas americanas na instalação iraquiana, tornaram-se um escândalo sob a gestão do presidente republicano George W. Bush, após fotografias dos crimes vazarem ao público em 2004.

As imagens mostravam soldados americanos sorrindo e gesticulando enquanto os presos sofriam tortura sob posições de estresse e humilhação, incluindo uma pirâmide humana de homens nus e simulação de atos sexuais.

Os prisioneiros denunciaram abusos físicos, psicológicos e sexuais, como a imposição de choques elétricos em suas partes íntimas e simulação de execuções sumárias.

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O CACI negou, ao longo do processo, que seus funcionários participaram das violações e prometeu recorrer ao veredito. Evidências, no entanto, mostram que agentes contratados da empresa operaram como interrogadores em Abu Ghraib, a serviço do governo.

As três vítimas, cidadãos iraquianos — Suhail al-Shimari, Salah al-Ejaili e As’ad al-Zuba’e —, relataram que interrogadores do CACI instruíam diretamente soldados a “amaciar” os prisioneiros, antes de serem interrogados.

Após sofrerem as violações, contudo, os três querelantes foram libertados da prisão sem nenhuma acusação — tampouco reparação, até o momento.

Um porta-voz do CACI retratou a empresa como vítima, ao alegar “ser equivocadamente submetida a uma filiação negativa de longa data com atos imprudentes e infelizes [sic] de um grupo de policiais militares em Abu Ghraib”.

A invasão dos Estados Unidos ao Iraque, deflagrada por alegações de que o então regime possuía armas de destruição em massa, desmentidas posteriormente, levaram a milhões de mortos e refugiados e devastação no país.

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