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Soldados israelenses em Gaza ostentam má conduta

Ações de Israel em Gaza são ‘consistentes com genocídio’, confirma comitê da ONU

Palestinos fogem de Beit Hanoum, no norte de Gaza, sob bombardeios de Israel, em 12 de novembro de 2024. [Dawoud Abo Alkas/Agência Anadolu]

Um novo relatório compilado por um Comitê Especial das Nações Unidas, incumbido de investigar as violações de direitos humanos israelenses na Palestina e região, confirmou que as ações militares de Israel em Gaza são “consistentes com genocídio”.

As informações são da agência de notícias Anadolu.

Conforme o comitê, Israel impõe intencionalmente condições de ameaça à vida contra os civis palestinos, incluindo uso de fome como arma de guerra.

“Desde o início da guerra, oficiais israelenses apoiam publicamente políticas para privar a população palestina das necessidades mais básicas para manter a vida — como comida, água e combustível”, notou o comitê.

Segundo a perícia, Israel interferiu sistematicamente com a ajuda humanitária, sobretudo de insumos vitais, para fins políticos e militar.

O relatório cobre o período entre outubro de 2023 e julho de 2024 e destaca a devastação causada pelo cerco e pelos bombardeios em curso conduzidos pelas forças israelenses, além da destruição de infraestrutura em Gaza, incluindo água e saneamento.

O comitê, que investiga há décadas as práticas de Israel nos territórios ocupados, alertou que o regime colonial apelou a “fome como método de guerra”, além de punição coletiva contra a população civil.

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Por meio de seu bloqueio a Gaza, com a obstrução de socorro humanitário e ataques e assassinatos deliberados de civis e profissionais assistenciais … Israel tem deliberadamente causado morte, fome e mutilação.

 

 

 

 

Os peritos corroboraram ainda que, “ao destruir os sistemas vitais de água, saneamento e distribuição de alimentos, além de contaminar o meio-ambiente, Israel criou uma mistura letal de crises e catástrofes, que infringirão danos severos a gerações e gerações”.

O relatório deu ênfase a denúncias de que Israel tem recorrido a sistemas de inteligência artificial para realizar ataques à população, com baixas civis desproporcionais, sobretudo entre mulheres e crianças.

“O uso de sistemas militares de reconhecimento e disparos, via inteligência artificial, com mínima supervisão humana, combinado a bombardeios intensos, confirma o desrespeito de Israel a suas obrigações em distinguir civis de combatentes”, reiterou o comitê.

Para além das críticas em campo, o relatório ressoou denúncias de censura à imprensa e supressão da dissidência por parte de Israel, além de ataques diretos a organizações das Nações Unidas e equipes de função humanitária.

Passaportes dos funcionários que trabalham na organização internacional de ajuda voluntária World Central Kitchen (WCK), com sede nos EUA, que foram mortos, são vistos após um ataque israelense a um veículo pertencente à WCK em Deir Al-Balah, em Gaza, em 2 de abril de 2024 [Ashraf Amra/ Agência Anadolu]

O comitê reivindicou responsabilização internacional, ao exortar os membros das Nações Unidas a suspenderem qualquer apoio às violações de Israel, seja em Gaza sitiada como na Cisjordânia ocupada — onde avanços coloniais, incluindo pogroms, continuam.

O fracasso em fazê-lo enfraquece o próprio âmago do sistema legal internacional, ao estabelecer um perigoso precedente e possibilitar que atrocidades sigam impunes.

As descobertas do comitê serão levadas na segunda-feira (18) ao plenário da Assembleia Geral das Nações Unidas, a serem integradas aos processos em curso sobre a Palestina ocupada.

Em setembro, a Assembleia Geral votou — por maioria absoluto — por uma resolução que determina prazo de um ano pelo fim da ocupação israelense.

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A medida consente a uma opinião consultiva do Tribunal Internacional de Justiça (TIJ), em Haia, deferida em julho, que reconheceu a ilegalidade da ocupação e exortou evacuação imediata de colonos e soldados e reparações aos nativos.

A mesma corte, em janeiro, deferiu uma denúncia de genocídio da África do Sul contra Tel Aviv, levando o Estado colonial ao banco dos réus pela primeira vez na história.

Em Gaza, são mais de 43.700 mortos, 103 mil feridos e dois milhões de desabrigados em 13 meses.

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