Confrontos entre a polícia de Israel e judeus ultraortodoxos (haredim) eclodiram perto de Tel Aviv, neste domingo (17), durante um protesto da comunidade contra o serviço militar obrigatório, à medida que o governo busca suprir suas fileiras em Gaza e no Líbano.
Segundo o jornal israelense Yedioth Ahronoth, os confrontos ocorreram após bloqueio de uma estrada principal no colonato de Bnei Brak, à medida que a comunidade protestava contra as ordens de serviço militar deferidas a mil de seus membros.
Para os haredim, o recrutamento compulsório representa um “ataque a suas tradições e a sua forma de vida”.
As ordens — mil em Bnei Brak — integram uma leva de sete mil soldados encomendados pelo governo, aprovadas pelo ex-ministro da Defesa, Yoav Gallant, antes de sua demissão neste mês.
Mais cedo, no domingo, o chefe da oposição israelense Yair Lapid pediu sanções fiscais e confisco de passaportes a haredim que se recusarem a servir as Forças Armadas.
Em junho do último ano, a Suprema Corte de Israel rescindiu uma política de décadas que isentava a comunidade do serviço militar — obrigatório a todos os cidadãos israelenses, homens e mulheres, a partir dos 17 anos.
O governo parece dividido, com partidos da coalizão reivindicando uma lei que garanta a cerca de 60 mil judeus ultraortodoxos que permaneçam isentos, apesar das alegações da oposição de que esta seria uma “lei de evasão militar”.
Nos dias recentes, a oposição — chefiada pelo ex-premiê Lapid, considerado centrista — clamou publicamente ao novo ministro da Defesa, Israel Katz, que encaminhasse ordens de serviço militar aos haredim, assim que assumisse a pasta.
O exército israelense sofre escassez sem precedentes de tropas, apesar das ameaças de uma guerra com o Irã, em meio a perdas diárias em seu genocídio em Gaza e sua invasão ao Líbano, onde não consegue avançar diante do grupo Hezbollah.
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