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Soldados israelenses em Gaza ostentam má conduta

Carta denuncia propaganda colonial israelense em mostra de cinema no Sesc–SP

Famílias palestinas buscam abrigo de bombardeios israelenses ao campo de refugiados de Nuseirat, no centro de Gaza, em 28 de novembro de 2024 [Ali Jadallah/Agência Anadolu]

Movimentos sociais e coletivos de cultura no Brasil emitiram uma carta aberta ao Serviço Social do Comércio (Sesc–SP) para denunciar uma mostra de filmes sionistas promovida sob o projeto “Cinema em Casa com o Sesc”, realizada em parceria com a associação de lobby colonial Instituto Brasil–Israel (IBI).

Para as organizações, “em meio ao genocídio do povo palestino, observamos estarrecidos que o Sesc, ignorando a dor de toda população árabe-palestina diante de imagens diárias de mortos e feridos, tomou a iniciativa de promover uma mostra de filmes israelenses, ao ofender o bom senso e contrariar princípios éticos básicos”

Perguntamos aos dirigentes do Sesc, responsáveis por esta mostra: é hora de celebrar o que? É esta a resposta que o Sesc tem a dar ao genocídio do povo palestino?

O alerta reitera o número de vítimas civis na Faixa de Gaza, sob genocídio de Israel, como investigado pelo Tribunal Internacional de Justiça (TIJ), em Haia.

No enclave, estimam as organizações, com base em estudos e dados de campo, são ao menos 46 mil mortos, incluindo 20 mil crianças, e 111 mil feridos, além de 15 mil pessoas em custódia de Israel, como reféns ou presos políticos, sob tortura e risco de morte.

A carta nota ainda vítimas palestino-brasileiras, incluindo Islam Hamed, sequestrado por soldados israelenses em condições desconhecidas, e Fatima Bassam Abbas, de somente 14 meses, assassinada pela ofensiva israelense ao Líbano.

“A escolha de realizar uma mostra que celebra o Estado de Israel, no momento em que se completa um ano de um genocídio que vitima preferencialmente a população civil, na figura de crianças e mulheres, é indefensável”, acrescentou a carta. “A parceria com um think tank sionista como o Instituto Brasil-Israel, que, neste momento, se dedica a relativizar o genocídio para melhorar a imagem dos que o praticam, degrada a imagem do Sesc e coloca em xeque os princípios que esta instituição afirma seguir”.

Essa mostra não só é uma violenta e sádica agressão aos árabes em geral, especialmente à comunidade palestina/libanesa brasileira, mas é uma agressão a todos os cidadãos e cidadãs que se colocam contrários ao genocídio que continua a acontecer neste momento em Gaza, incluindo aqui toda a população judaica que se opõem às práticas coloniais sionistas. É um atentado contra qualquer valor de convivência, moralidade, igualdade social e independência em relação às pressões de lobbies criminosos que buscam dispersar a atenção de crimes de lesa-humanidade.

“Esperamos que os responsáveis por esta atividade se retratem publicamente e abram espaço para ações que busquem o fim de Estados coloniais e genocidas e promovam a igualdade e convivência entre povos diversos”, concluiu a carta.

Entre as organizações signatárias, estão representantes da diáspora palestina no Brasil, incluindo Rede Samidoun por Solidariedade aos Prisioneiros Palestinos, Frente em Defesa do Povo Palestino em São Paulo, centro cultural e restaurante Aljaniah, Movimento Alkaramah para Mulheres Palestinas, Instituto Brasil–Palestina (Ibraspal) e Federação Árabe Palestina do Brasil (Fepal).

Assinam também, o Coletivo Árabes e Judeus pela Paz e a organização de judeus antissionistas Vozes Judaicas por Libertação (VJL).

No campo estudantil e acadêmico, rubricam o Comitê de Estudantes em Solidariedade ao Povo Palestino PUC–SP (ESPP PUC–SP), o Centro de Estudos Africanos da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo (FFLCH–USP) e o Núcleo de Estudos do Oriente Médio da Universidade Federal Fluminense (UFF).

Da sociedade civil brasileira, apoiam o Movimento Independente Mães de Maio, o Museu Afro Brasil, o Coletivo Feminista Dandara, entre outros, assim como o Núcleo Palestina do Partido dos Trabalhadores (PT), o Partido Comunista Brasileiro Revolucionário (PCBR) e o Movimento Esquerda Socialista do Partido Socialismo e Liberdade (MES–Psol).

O Monitor do Oriente Médio (MEMO) assina a petição.

LEIA: Cineastas palestinos denunciam Hollywood por ‘desumanidade e racismo’

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