A polícia de Nova York prendeu um grupo de manifestantes pró-Palestina que interrompeu o tradicional desfile de Dia de Ação de Graças promovido pela varejista Macy’s, na última quinta-feira de novembro.
Os ativistas intercederam no evento anual logo à frente de um balão de Ronald McDonald, mascote da marca de fast food McDonald’s, denunciada por enviar refeições a soldados israelenses em Gaza, sob campanha de Boicote, Desinvestimento e Sanções (BDS).
O 98º desfile da Macy’s, transmitido na televisão nacional, é parte do feriado americano, de raízes coloniais, e reúne balões gigantescos de personagens animados, fanfarra e atos de música popular realizados ao vivo.
Milhares costumam se reunir em Manhattan para o evento.
Em nota, o Departamento de Polícia de Nova York (NYPD) informou que “os manifestantes foram levados em custódia sem nenhum incidente”. No entanto, não revelou números de detidos, tampouco acusações.
Sob chuva, cerca de 20 manifestantes se sentaram na avenida, em frente a uma faixa com os dizeres “Não celebrem o genocídio” e “Embargo de armas já”.
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Policiais em cena, a princípio, pediram a desobstrução da via, quando agentes montados em bicicletas chegaram agressivamente.
Jessica Tisch, comissária da polícia municipal, empossada na segunda-feira (25), afirmou à emissora de televisão NBC que suas forças já esperavam protestos antes do desfile, de modo a conduzir preparativos para a ocasião.
O ato sucede em quase 14 meses o genocídio conduzido por Israel em Gaza, com auxílio diplomático e militar do governo dos Estados Unidos do presidente democrata Joe Biden, cuja vice, Kamala Harris, perdeu a eleição a Donald Trump no início de novembro.
Segundo analistas, o apoio “inabalável” de Biden a Tel Aviv, incluindo sucessivos vetos no Conselho de Segurança a resoluções por cessar-fogo e dezenas de bilhões de dólares em armas, alienou parte do eleitorado progressista, que preferiu abstenção.
Em Gaza, são 44 mil mortos, 105 mil feridos e dois milhões de desabrigados, sob crime de fome sem precedentes em meio ao sítio absoluto de Israel — sem comida, água e sequer medicamentos. Entre as fatalidades, cerca de 17 mil são crianças.
As ações de Israel seguem em desacato de medidas cautelares do Tribunal Internacional de Justiça (TIJ), com sede em Haia, onde o Estado de apartheid é réu por genocídio desde janeiro, sob denúncia da África do Sul.
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