O grupo Hezbollah confirmou nesta segunda-feira (2) atacar o posto militar israelense de Roueissat al-Alam, nas colinas ocupadas de Kfar Shuba, ao caracterizar suas ações como “alerta preliminar de defesa”, em resposta às violações do acordo de cessar-fogo firmado na última semana.
As informações são da agência de notícias Anadolu.
Em comunicado, o Hezbollah citou múltiplas violações israelenses, como ataques a tiros contra civis; ataques aéreos em todo o Líbano, incluindo baixas civis; e invasão constante do espaço aéreo libanês, mesmo sobre a capital Beirute; entre outras.
O grupo apelou às autoridades relevantes para que pressionem pelo fim dos ataques por parte de Israel, ao reiterar: “Um alerta foi dado”.
A rádio militar israelense Kan, de sua parte, reportou dois foguetes disparados pelo grupo em direção a Har Dov — terminologia colonial para as Fazendas de Sheeba, ocupadas por Israel. Segundo o relato, os mísseis caíram em campo aberto, sem baixas.
No Twitter (X), o militante colonial e ministro das Finanças israelense, Bezalel Smotrich — contrário ao cessar-fogo —, descreveu a resposta do Hezbollah como “grave erro” e pediu uma tréplica para “mudar a equação” e “acabar com a era de moderação [sic]”.
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Benny Gantz, opositor de longa data do primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, supostamente centrista, ecoou Smotrich, ao insistir que deixar de responder de maneira decisiva levaria ao “retorno de uma era de meras equações”.
O cessar-fogo, sob mediação da França e dos Estados Unidos, entrou em vigor na quarta-feira da última semana (27), a fim de encerrar 14 meses de hostilidades entre o Hezbollah libanês e as forças da ocupação israelense.
No entanto, desde então, a mídia libanesa reportou ao menos 73 violações israelenses ao acordo, alimentando receios de uma nova escalada.
As forças regulares libanesas disseram monitorar as violações, conforme seu mandato e os termos do acordo, junto das autoridades relevantes.
O exército israelense mantém sua presença em diversas aldeias e vilarejos no sul libanês, perto da fronteira, ao impedir civis de retornarem às terras.
O acordo pede três movimentações: que Israel se retire do Líbano, ao sul da fronteira; que o Hezbollah recue ao norte do rio Litani; e que o exército se posicione para assegurar uma zona neutra e monitorar o processo.
A agressão israelense ao Líbano deixou 3.900 mortos, 16.500 feridos e até 1.3 milhões de deslocados, no contexto do genocídio em Gaza, com 44 mil mortos, 105 mil feridos e dois milhões de desabrigados — sem ainda um cessar-fogo no horizonte.