Ahmed al-Soufi, prefeito da cidade de Rafah, no extremo sul da Faixa de Gaza, na fronteira com o Egito, denunciou o exército da ocupação israelense por agir para transformar a área em uma zona inabitável, como parte de seus esforços de limpeza étnica.
“As forças israelenses estão demolindo e explodindo prédios residenciais, instalações de serviço e redes de infraestrutura em toda a cidade”, destacou al-Soufi em nota, ao aludir a imagens e declarações compartilhadas pelos próprios soldados.
Conforme o prefeito, as evidências “mostram claramente que o único objetivo em Rafah é sabotagem”, de modo que empreiteiras privadas agem para demolir prédios e transferir os destroços a destinos não-identificados, como “precedente do genocídio”.
“Contratar essas companhias prova a existência de um plano premeditado implementado neste momento pelas forças israelenses para coagir os residentes palestinos a deixarem Rafah”, reafirmou al-Soufi.
Para o prefeito, é crucial que entidades de direitos humanos e instituições internacionais intervenham “para dar fim a este plano criminoso e proteger o que sobrou dos edifícios e instalações da cidade palestina”.
O exército israelense invadiu Rafah em maio, mediante massacres, fechando a travessia com o Egito e deteriorando ainda mais a catástrofe humanitária que assola o enclave, ao intensificar o cerco — sem comida, água ou medicamentos.
Israel mantém ataques indiscriminados a Gaza desde outubro de 2023, com ao menos 44 mil mortos e 105 mil feridos, além de dois milhões de desabrigados.
As ações de Israel seguem em desacato de medidas cautelares do Tribunal Internacional de Justiça (TIJ), sediado em Haia, onde o Estado colonial é réu por genocídio sob denúncia sul-africana deferida em janeiro.