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Paraguai transfere embaixada a Israel de Tel Aviv a Jerusalém ocupada

Presidente do Paraguai, Santiago Peña, e premiê israelense Benjamin Netanyahu durante inauguração da embaixada paraguaia em Jerusalém ocupada, transferida de Tel Aviv, em 12 de dezembro de 2024 [Gil Cohen-Magen/AFP via Getty Images]

O Paraguai inaugurou oficialmente sua nova embaixada ao Estado de Israel em Jerusalém ocupada, nesta quinta-feira (12), em cerimônia que contou com a presença do presidente Santiago Peña e do premiê israelense Benjamin Netanyahu, foragido internacional.

Segundo a agência de notícias Reuters, a medida sucede uma disputa sobre o assento de diplomacia que corre desde 2018, quando os Estados Unidos, sob a então presidência de Donald Trump, encabeçou o movimento ilegal.

A embaixada paraguaia, há décadas, localiza-se na cidade costeira de Tel Aviv. Em 2018, o então presidente Horacio Cartes ordenou a transferência. Meses depois, porém, a missão retornou a Tel Aviv, sob revogação do sucessor de Cartes, Mario Abdo.

Cartes, aliado de Netanyahu, é próximo de Peña, ambos oriundos do Partido Colorado, de caráter conservador. Peña assumiu a presidência em 2023; pouco depois, ordenou reaver a embaixada em Jerusalém ocupada, ao anunciar sua viagem nesta semana.

“Esta medida simboliza nosso compromisso com nossos valores compartilhados e com o objetivo de fortalecer laços por um futuro de paz [sic], desenvolvimento e entendimento”, alegou Peña na inauguração, ao ignorar o genocídio em Gaza.

Netanyahu — que esteve a seu lado durante o evento — é foragido por crimes de guerra e lesa-humanidade pelo Tribunal Penal Internacional (TPI), com sede em Haia, junto de seu ex-ministro da Defesa, Yoav Gallant.

Na Faixa de Gaza, são ao menos 45 mil mortos e 105 mil feridos, além de dois milhões de desabrigados em 14 meses.

Israel é também réu por genocídio no Tribunal Internacional de Justiça (TIJ), corte-irmã do TPI, também em Haia, sob denúncia sul-africana deferida em janeiro.

LEIA: UNRWA diz que a escala do sofrimento em Gaza abalou a fé nos Direitos Humanos

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