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Soldados israelenses em Gaza ostentam má conduta

Exército de Israel bombardeou área para matar reféns, afirma Brigadas al-Qassam

Israelenses protestam por um acordo de cessar-fogo e troca de prisioneiros, em frente à residência do primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, em Jerusalém ocupada, em 14 de dezembro de 2024 [Saeed Qaq/Agência Anadolu]

As Brigadas Izz al-Din al-Qassam, braço militar do grupo palestino Hamas, reportaram no sábado (14) que o exército de Israel bombardeou uma localidade na Faixa de Gaza sitiada onde prisioneiros israelenses eram mantidos, de forma direta e reiterada, ao sugerir dolo em matá-los.

As informações são da agência de notícias Anadolu.

Abu Obaida, porta-voz, comentou o incidente no Telegram: “Recentemente, o exército da ocupação bombardeou uma localidade onde estavam presentes alguns dos prisioneiros inimigos e repetiu seus bombardeios para garantir sua morte”.

“Temos informações de inteligência que confirmam que o inimigo bombardeou de forma deliberada a área, com o objetivo de matar os prisioneiros e seus guardas”, notou o porta-voz. “Nossos combatentes tentaram resgatá-los e conseguiram recuperar um deles, cujo destino, porém, permanece incerto”.

Obaida acusou o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, seu governo e exército de serem “plenamente responsáveis pelo incidente e pela vida dos prisioneiros”.

LEIA: Netanyahu não está interessado em acordo de cessar-fogo em Gaza: ex-ministro da defesa

Um vídeo divulgado pelas Brigadas al-Qassam registrou o local do ataque e um indivíduo, sem documentar o rosto, tampouco esclarecer, no entanto, se foi morto ou ferido. O vídeo acompanhou legenda: “Netanyahu e Halevi [chefe do exército, Herzi] querem se livrar dos prisioneiros em Gaza seja como for”.

Israel estima que há hoje 101 prisioneiros de guerra israelenses ainda no enclave, após 14 meses de guerra de extermínio que devastou o território sob a prerrogativa de resgatá-los, após uma ação transfronteiriça do Hamas que capturou colonos e soldados.

Desde então, Tel Aviv recorre a uma campanha de desinformação e propaganda de guerra para justificar suas violações em Gaza.

Segundo o exército de Israel, cerca de 200 pessoas foram capturadas na ocasião, em 7 de outubro de 2023, e outras 1.200 foram mortas. O número, contudo, sofre escrutínio, com reportagem do jornal israelense Haaretz corroborando “fogo amigo”, sob ordens gravadas de comandantes militares para impedir a tomada de reféns — de acordo com a chamada Doutrina Hannibal.

Reféns mortos por Israel estavam ‘sem camisa’ e seguravam ‘bandeiras brancas’

Esforços de mediação internacional por um acordo de cessar-fogo e troca de prisioneiros entre Israel e Hamas continuam paralisados sob recusa de Netanyahu para interromper a campanha. Para analistas, o premiê age em causa própria, sob receios de colapso de seu governo e prisão por corrupção, nos três processos em curso.

Os ataques indiscriminados de Israel deixaram ao menos 45 mil mortos e 105 mil feridos, sobretudo mulheres e crianças, além de dois milhões de desabrigados sob sítio absoluto — sem comida, água ou sequer medicamentos.

Netanyahu e seu ex-ministro da Defesa, Yoav Gallant, são procurados em 124 países, sob mandado de prisão do Tribunal Penal Internacional (TPI), em Haia, deferido em novembro, por crimes de guerra e lesa-humanidade.

O Estado israelense é também réu por genocídio no Tribunal Internacional de Justiça (TIJ), também em Haia, sob denúncia sul-africana aprovada em janeiro.

LEIA: Hamas diz que mortes de reféns provam o fracasso do uso da força por Israel a pretexto de libertá-los

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