Israel afirmou neste domingo (15) que fechará sua embaixada na cidade de Dublin, capital da Irlanda, ao acusar o Estado-membro da União Europeia, de adotar “políticas extremas anti-Israel”, reportou a agência de notícias Anadolu.
O ministro de Relações Exteriores israelense, Gideon Sa’ar, difamou como “antissemita” o governo em Dublin, por ações e declarações que supostamente buscam “deslegitimar e demonizar o Estado judeu”.
A Irlanda se mantém na vanguarda das críticas na Europa às violações de Israel em Gaza, assim como em Jerusalém e na Cisjordânia ocupada, ao traçar paralelos com a ocupação e colonização britânica que vivenciou o país insular.
Em maio deste ano, a Irlanda reconheceu o Estado da Palestina, no intuito de avançar na resolução da pauta, junto de Espanha e Noruega. Em resposta, o regime israelense retirou seu embaixador de Dublin, à medida que a Irlanda manteve sua missão em Tel Aviv.
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Recentemente, Dublin também aderiu ao processo de genocídio contra o Estado de Israel no Tribunal Internacional de Justiça (TIJ), radicado em Haia, sob denúncia da África do Sul deferida em janeiro.
As medidas irlandesas se somam a uma crise sem precedentes de diplomacia e relações públicas vivenciada pelo Estado de apartheid, devido à crise em Gaza, com corte de laços de países como Colômbia e Turquia, além de chamados por sanções, boicote e embargo militar.
Para Sa’ar, no entanto, “a Irlanda cruzou todos os limites”. Segundo o chanceler, Tel Aviv deve canalizar seus recursos diplomáticos para fortalecer laços com países simpáticos — em geral, governados por políticos de extrema-direita.
Israel mantém ataques indiscriminados a Gaza desde outubro de 2023, com ao menos 45 mil mortos e 105 mil feridos, além de dois milhões de desabrigados. As ações constituem crime de guerra e lesa-humanidade, incluindo punição coletiva e genocídio.
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