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Soldados israelenses em Gaza ostentam má conduta

Palestinos apelam a greve de fome em campo de detenção de Israel

Prisioneiros palestinos, vítimas de tortura pelo exército israelense, levados ao Hospital al-Najjar, de Rafah, no sul de Gaza [Firas al-Shaer/Reprodução]

Prisioneiros palestinos no campo de concentração israelense de Menashe lançaram uma greve de fome contra suas condições, reportou o Centro de Informações da Palestina, ao corroborar relatos da Comissão dos Prisioneiros e Ex-prisioneiros Palestinos e Sociedade dos Prisioneiros Palestinos — organizações que monitoram a pauta.

Segundo as informações, os prisioneiros confirmaram o protesto em breve contato com seus advogados, por meio de videoconferência, durante uma audiência judicial realizada pelo exército da ocupação israelense.

Em nota conjunta divulgada nesta quinta-feira (19), as associações supracitadas notaram que ao menos cem palestinos permanecem detidos em Menashe, um dos vários campos estabelecidos para suportar o surto de prisões em Gaza e na Cisjordânia.

Menashe está situado no norte da Cisjordânia, perto do campo de Salem. Os campos — junto a Etzion e Huwara, datados da Segunda Intifada, entre 2000 e 2005 — têm gestão do exército colonial, com condições agravadas no contexto do genocídio em Gaza.

O comunicado reiterou relatórios periciais de dezenas de entidades de direitos humanos que corroboram a degradação das condições nos campos israelenses, incluindo tortura e abusos como prática cotidiana e institucionalizada.

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Um prisioneiro relatou a seu advogado, via corte, que o campo não fornece água quente, blusas ou cobertores, mesmo durante o inverno, e carece de clínica, médico ou auxiliares de saúde. Presos com problemas de saúde sofrem de negligência médica, fome e frio.

Os prisioneiros tampouco têm direito a visitas de familiares.

Apesar dos apelos internacionais pelo fechamento dos “campos de tortura” de Huwara e Etzion, Tel Aviv não apenas insiste em usá-los contra os palestinos como em expandir sua rede de encarceramento em massa, sob gestão militar nos territórios ocupados.

Israel mantém ataques por ar e terra contra a Faixa de Gaza há 14 meses, com mais de 45 mil mortos, 106 mil feridos e dois milhões de desabrigados. O número de prisioneiros de Gaza é, contudo, desconhecido.

Na Cisjordânia e em Jerusalém, são mais de 800 mortos, 6.600 feridos e 11 mil presos por Israel, em uma campanha de massa que dobrou a população carcerária nativa. A maioria permanece em custódia sem julgamento ou acusação — reféns, por definição.

As ações de Israel seguem em desacato de medidas cautelares do Tribunal Internacional de Justiça (TIJ), sediado em Haia, onde o Estado colonial é réu por genocídio sob denúncia sul-africana deferida em janeiro.

A mesma corte reconheceu em julho, em decisão histórica, a ilegalidade da ocupação na Cisjordânia e Jerusalém, ao ordenar evacuação imediata de colonos e soldados, além de reparações aos nativos.

A recomendação de Haia, em setembro, evoluiu a resolução aprovada por maioria de dois terços da Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), com prazo de um ano para ser implementada.

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