A bandeira palestina foi exibida recentemente na Ponte Hercílio Luz em Florianópolis, Santa Catarina no Brasil. A ponte icônica é um marco histórico de conexão e unidade, e foi escolhida especificamente para ser o local de um ato significativo de solidariedade internacional com o povo da Palestina que ressoou profundamente com os defensores dos direitos humanos, compreensão cultural e justiça.
A Ponte Hercílio Luz é a maior ponte pênsil do Brasil e há muito tempo é um símbolo de conexão entre Florianópolis e o continente. Sua estrutura imponente representa unidade, resiliência e o poder de superar divisões, qualidades que se alinham intimamente com a luta global por justiça e igualdade, especialmente na Palestina ocupada.
Ao hastear a bandeira palestina sobre este marco histórico desta forma, o povo de Santa Catarina transmitiu uma forte mensagem de apoio ao povo palestino e suas aspirações por liberdade, dignidade e autodeterminação. O ato ressaltou o papel da ponte não apenas como um conector físico, mas também como uma plataforma para promover valores compartilhados de solidariedade e paz.
A exibição da bandeira na principal atração turística foi organizada pela Frente Palestina Livre de Santa Catarina, em colaboração com o SINTESPE-SC (Sindicato dos Trabalhadores no Serviço Público de Santa Catarina) e apoiada pelo SINTUFSC (Sindicato dos Trabalhadores da Universidade Federal de Santa Catarina), o movimento estudantil Maruí e o Movimento Bem Viver.
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A Frente Palestina Livre é um coletivo de ativistas independentes de várias organizações e grupos unidos em solidariedade ao povo palestino. Seu objetivo é conscientizar sobre o genocídio em andamento na Palestina e demonstrar tanto ao povo da cidade quanto ao povo da Palestina que a luta pela libertação palestina ressoa em todo o mundo.
“A Ponte Hercílio Luz é considerada o cartão-postal da cidade de Florianópolis”, explicou o ativista brasileiro e secretário da Frente Palestina Livre de Santa Catarina, Mansour Salum Husein. “Localizada perto do centro da cidade, é uma área de alto tráfego de carros e pessoas, tornando-se um local ideal para atrair a atenção da população.”
Ao realizar esse tipo de atividade, disse ele, os ativistas no Brasil acreditam que é possível dar visibilidade à crise humanitária na Faixa de Gaza. “Nós nos esforçamos para humanizar o povo palestino, mostrando seu lado cultural e cívico, para além do sofrimento amplamente divulgado pela mídia. Dessa forma, ajudamos a quebrar os estigmas que retratam o povo palestino como ‘vítima de genocídio’ ou ‘apoiador de grupos extremistas/terroristas’.”
Husein é neto de refugiados palestinos. “Como tal, sinto um compromisso permanente e vitalício com a causa palestina, e nem sectarismo, preconceito nem perseguição política e sionista nos impedirão de nos engajar na luta por justiça.”
Ao hastear a bandeira palestina em um marco tão importante, ele acrescentou, os ativistas chamam a atenção e reconhecem a rica herança do povo palestino e seu direito de preservar sua identidade diante da adversidade. Florianópolis, portanto, forneceu uma plataforma para reconhecer e celebrar a cultura e a história palestinas, ao mesmo tempo em que envia uma mensagem clara de alinhamento com o movimento global que defende os direitos do povo palestino.
“Isso reflete a crescente conscientização e preocupação entre comunidades em todo o mundo sobre as lutas enfrentadas na Palestina, incluindo os desafios da ocupação e do deslocamento”, disse Husein. “Santa Catarina, por exemplo, tem estado frequentemente na vanguarda dos movimentos humanitários e de justiça social. A decisão de hastear a bandeira palestina sobre a Ponte Hercílio Luz se alinha com os valores de inclusão e conscientização global do estado. Isso reflete o compromisso da região em se solidarizar com aqueles que enfrentam a opressão e defender resoluções pacíficas para conflitos em todo o mundo.”
Existem vários coletivos palestinos e pró-palestinos no Brasil, frequentemente liderados por membros da diáspora palestina. Movimentos sociais, associações estudantis, sindicatos, partidos progressistas e coletivos independentes no país têm estado na vanguarda do esforço para romper laços diplomáticos, militares, acadêmicos e econômicos com a entidade sionista. Ações como essa inspiram indivíduos e organizações a se posicionarem sobre questões globais urgentes, destacando o poder da ação coletiva. “E haverá muito mais atividades no futuro”, prometeu Husein. “Planejamos realizar eventos adicionais de agitação de bandeiras em outras atrações turísticas em Florianópolis, junto com mais manifestações.”
Além disso, há planos para estabelecer um Centro Cultural Árabe-Palestino, junto com um Comitê Permanente de Solidariedade com o Povo Palestino na Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Um Centro de Estudos do Mundo Árabe já foi fundado na universidade.
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