Retornos em larga escala de refugiados para a Síria podem sobrecarregar o país e até mesmo atiçar conflitos após a queda do presidente Bashar Al-Assad, disse hoje o chefe da agência de migração da ONU, de acordo com a Reuters.
A agência de refugiados da ONU estimou que um milhão de pessoas retornarão à Síria nos primeiros seis meses de 2025. Alguns países europeus já congelaram os pedidos de asilo para sírios.
“Acreditamos que milhões de pessoas retornando criariam conflitos dentro de uma sociedade já frágil”, disse Amy Pope, diretora-geral da Organização Internacional para as Migrações, em uma coletiva de imprensa em Genebra após uma viagem à Síria.
“Não estamos promovendo retornos em larga escala. As comunidades, francamente, não estão prontas para absorver as pessoas que são deslocadas”, disse ela, pedindo apoio de doadores para ajudar a estabilizar e reconstruir o país.
Pope disse que estava pedindo aos governos que “desacelerem quaisquer planos de enviar pessoas de volta”.
Ela disse que algumas comunidades ainda podem fugir por causa das incertezas sobre a vida sob as novas autoridades, lideradas pelo grupo Hay’at Tahrir Al-Sham, que já teve laços com a Al-Qaeda.
“Ouvimos de comunidades, por exemplo, a comunidade cristã, que ainda não saiu, mas está muito preocupada com os próximos meses e quer ter certeza de que não se tornará alvo de ataque”, disse Pope.
Os rebeldes sírios tomaram o controle de Damasco em 8 de dezembro, forçando Al-Assad a fugir após mais de 13 anos de guerra civil e encerrando o governo de décadas de sua família.
LEIA: Conselho de Segurança da ONU estende mandato de manutenção da paz nas Colinas de Golã por 6 meses