As autoridades iranianas prenderam uma jornalista italiana este mês sob acusações desconhecidas, no que é o mais recente incidente de um visitante ocidental detido pelos serviços de segurança do Irã nos últimos anos.

De acordo com o Ministério das Relações Exteriores da Itália, a jornalista italiana Cecilia Sala, de 29 anos, foi detida pelas autoridades iranianas em 19 de dezembro, quando fazia uma reportagem na capital Teerã. Segundo informações, ela entrou no país com um visto regular de jornalista e vinha publicando reportagens sobre a situação no Irã após o recente colapso do falecido regime de Assad na Síria neste mês.

“Seguindo as ordens do ministro das Relações Exteriores, Antonio Tajani, a embaixada e o consulado em Teerã estão monitorando o caso com a máxima atenção desde o início”, anunciou o ministério em um comunicado nesta semana. “Trabalhando em coordenação com a presidência do conselho, estamos engajados com as autoridades iranianas para esclarecer a situação legal de Sala e verificar as condições de sua detenção”.

Embora sua prisão tenha ocorrido há mais de uma semana, ela só foi divulgada pelo governo italiano na sexta-feira (27), e o Irã ainda não a reconheceu publicamente. Sala está sendo mantida na prisão Evin, em Teerã, que é famosa por manter detentos sob acusações de segurança e tem sido criticada por grupos de direitos humanos ao longo do ano. Ela também supostamente facilitou “graves abusos de direitos humanos”, de acordo com uma lista restrita do governo dos EUA.

Segundo o Ministério das Relações Exteriores da Itália, Sala foi mantida em confinamento solitário por uma semana, mas o ministro das Relações Exteriores, Tajani, garantiu que ela estava “em boas condições de saúde” e recebeu a visita da embaixadora italiana no Irã, Paola Amadei. Segundo informações, ela também foi autorizada a fazer duas ligações telefônicas para seus parentes.

Sala – que era convidada regular de programas de entrevistas italianos e fez reportagens de muitas outras regiões, incluindo Afeganistão, Venezuela e Ucrânia – trabalha principalmente como correspondente de guerra e repórter do jornal Il Foglio e da empresa de podcast Chora Media, que condenaram sua prisão e pediram sua libertação urgente.

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