Dezenas de membros e líderes do movimento palestino Hamas foram executados sumariamente pelo regime do ex-presidente sírio Bashar al-Assad, reportou a rede Al-Quds Al-Arabi, rede radicada em Londres, ao citar fontes próximas à organização.
Segundo as informações, ao menos 94 membros do Hamas foram executados nas prisões assadistas sem sequer julgamento.
Documentos de inteligência obtidos em repartições de segurança, após a queda do regime, sob avanço relâmpago da oposição, entre novembro e dezembro, corroboraram ordens de prisão contra quaisquer pessoas conectadas ao grupo palestino.
Apesar da reconciliação entre Hamas e Assad, há dois anos, o regime manteve a designação de “organização traidora” contra o movimento.
As fontes indicaram ainda que nenhum dos detidos foi libertado, entre eles, Mamoun al-Jaloudi, ou Abu Judat, proeminente comandante das Brigadas al-Qassam.
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O Hamas encaminhou uma lista de prisioneiros a Hassan Nasrallah, ex-secretário-geral do grupo libanês Hezbollah — aliado de Assad, morto em setembro —, após promessas sobre a matéria; contudo, sem retorno.
Acredita-se que todos os indivíduos listados tenham sido executados. A falta de resposta, conforme analistas, descarrilou a reconciliação. O regime assadista, por sua vez, insistiu, diante do impasse, que a reconciliação fora superficial, sob pressão de aliados.
Fontes notaram ainda que toda a comunicação entre Assad e Hamas cessou em outubro de 2023, quando eclodiu o genocídio israelense em Gaza.
Damasco tampouco emitiu condolências após Israel assassinar líderes do Hamas, como Ismail Haniyeh, Yahya Sinwar e Saleh al-Arouri.